Outdoor em Manágua com propaganda da primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, e do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega| Foto: EFE/Jorge Torres
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Um relatório elaborado por especialistas das Nações Unidas denuncia que o regime da Nicarágua cometeu graves violações de direitos humanos equivalentes a "crimes contra a humanidade”, numa investigação sobre a crescente repressão à oposição política no país centro-americano.

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Nas informações elencadas pela ONU são mencionadas as perseguições em série contra dissidentes durante anos em uma campanha que atingiu o seu ponto de viragem nos protestos contra a ditadura de Ortega, em 2018, que resultaram em episódio violentos envolvendo a população e autoridades do país. Na ocasião, Ortega acusou os EUA de orquestrarem uma tentativa de golpe de Estado.

Segundo o documento, a repressão se tornou ainda maior no último ano, período no qual o Estado enfrentou grandes setores da sociedade com o objetivo de “incapacitar qualquer tipo de oposição a longo prazo”, segundo apurou o grupo independente de especialistas da ONU, que investiga a situação desde março de 2022.

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“A Nicarágua está presa numa espiral de violência marcada pela perseguição de todas as formas de oposição política, seja real ou aparente. O governo solidificou uma espiral de silêncio que incapacita qualquer possível oposição", disse Jan Simon, o líder da investigação.

O regime nicaraguense tem perseguido civis que se opõem a sua forma de governar, incluindo estudantes universitários, indígenas, jornalistas e até membros da Igreja Católica. Os que deixaram o país devido à violência generalizada também sofreram as consequências de suas ações, perdendo a nacionalidade.

O relatório do Grupo de Direitos Humanos sobre a Nicarágua acusa o regime de Daniel Ortega de cometer “abusos e crimes para eliminar todas as vozes críticas e dissuadir, a longo prazo, qualquer nova organização e iniciativa de mobilização social”.

“O governo da Nicarágua continua a perpetrar graves violações sistemáticas dos direitos humanos, equivalentes a crimes contra a humanidade, por razões políticas ”, diz um comunicado da ONU.

O líder da investigação, Jan Simon, disse que “o Presidente Ortega, a Vice-Presidente Murillo e os altos funcionários identificados na investigação devem ser responsabilizados perante a comunidade internacional”.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]