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A ONU informou neste sábado (11) que os quatro grandes hospitais de Gaza, localizados no norte do território palestino, foram completamente cercados pelo Exército israelense. Israel, entretanto, já se manifestou garantindo que “é mentira” que haja um cerco e ataques de suas tropas ao principal dos hospitais, o Al Shifa, informando que há combates com membros do Hamas nas zonas próximas do centro médico.
Enquanto isso, organizações humanitárias afirmam estar "horrorizadas" com os bombardeios e outros ataques incessantes contra os hospitais. “Os pacientes, incluindo bebês, e civis que buscam ajuda estão sob ataque e não têm para onde ir. É uma afronta travar uma guerra ao redor e contra os hospitais”, denunciou a organização humanitária Conselho Norueguês de Refugiados.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) também se manifestou dizendo que “a destruição que estão sofrendo os hospitais de Gaza é insuportável e deve parar”. Segundo a organização, nem mesmo o hospital infantil teria sido poupado.
Israel acusa Hamas de usar escudos humanos
Por outro lado, Israel afirma que o grupo terrorista islâmico Hamas utiliza as infraestruturas médicas para operar e usa os civis como escudos humanos. Esse seria o caso também do hospital Al Rantisi, utilizado pelo comandante do Hamas para este fim. O comandante, identificado como Ahmed Siam, foi morto neste sábado.
Segundo o Exército de Israel, Siam manteve há dois dias como reféns mil habitantes de Gaza no hospital, impedindo a saída para o sul da Faixa de Gaza.
Quanto ao Al Shifa, o coronel Moshe Tetro, chefe da Administração Civil em Gaza, órgão militar responsável pela gestão dos assuntos civis no território palestino ocupado, veio a público negar as acusações sobre ataques israelenses. “Nas últimas horas ouvi nas notícias que há um cerco e ataques ao Hospital Al Shifa. Quero dizer claramente: isto é uma mentira”, afirmou.
Segundo ele, há confrontos entre tropas do Exército e agentes terroristas do Hamas no entorno do hospital, mas “não há tiros disparados contra o hospital, nem cerco”. “A zona leste do hospital continua aberta” e “mesmo agora quem quiser pode sair”, acrescentou Tetro.
Tudo isto ocorre enquanto fontes médicas e o Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, asseguram que tanto o hospital Al Shifa como os demais centros de saúde da cidade de Gaza e do norte da Faixa estão cercados por tropas israelenses, no que consideraram “uma guerra contra os hospitais”.