A ONU acusou nesta terça-feira (1º) o regime de Bashar al-Assad de ter negado vistos a três observadores e de manter armamento pesado nas cidades da Síria, onde 31 pessoas foram mortas em episódios de violência, segundo a oposição.
As forças de segurança sírias mantêm armas pesadas nas cidades e tanto o governo como a oposição cometeram violações do cessar-fogo, vigente desde 12 de abril, anunciou nesta terça-feira (1º) o chefe das operações de manutenção da paz da ONU, Hervé Ladsous.
Ladsous disse em uma entrevista coletiva à imprensa que, até o momento, os países da ONU ofereceram apenas 150 dos 300 observadores previstos.
Os 24 observadores desarmados já presentes na Síria viram armas pesadas nas cidades, acrescentou.
"Em relação às armas pesadas, nossos observadores militares viram alguma quantidade de veículos blindados e de canhões Howitzer, além de outros armamentos", declarou.
As autoridades sírias indicaram aos observadores que os veículos blindados foram retirados, mas que não foi possível verificar, acrescentou o diplomata.
Além da suspensão das hostilidades, o plano do emissário internacional Kofi Annan prevê a volta do Exército aos quartéis, o direito de se manifestar pacificamente e a libertação das pessoas detidas durante a revolta popular.
Ladsous também frisou que Damasco havia negado vistos a três observadores, sem dizer suas nacionalidades.
Enquanto isso, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha, afirmou que 31 pessoas morreram em episódios de violência nesta terça-feira.
Pelo menos dez civis, entre eles nove membros de uma mesma família, morreram em bombardeios das tropas na província de Idleb (noroeste), indicou o OSDH. A tragédia ocorreu no início do dia, quando um obus caiu em uma casa, matando nove pessoas, entre elas quatro mulheres e duas crianças, indicou a organização.
O regime, que não reconhece a magnitude do protesto, acusa "grupos terroristas armados" de semear o caos.
O governo sírio "enfrentará as ações dos grupos armados", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Faisal Meqdad, durante um encontro com o general norueguês Robert Mood, chefe da missão da ONU na Síria.
Meqdad denunciou uma "escalada sem precedentes da violência desses grupos desde a chegada dos observadores" e exortou Mood a "investigar as violações" do plano do emissário internacional Kofi Annan e a informar as Nações Unidas com "exatidão e imparcialidade".
Desde março de 2011, quando teve início a rebelião popular contra o regime de Assad, a violência provocou na Síria a morte de mais de 11.000 pessoas, segundo o OSDH.
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