Nova Iorque e Beirute O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) debateu ontem o conflito israelo-libanês em reunião de emergência, mas não atendeu ao pedido feito pelo Líbano de exigir um cessar-fogo na região. No terceiro dia de conflito, o total de libaneses mortos passou de 70, segundo a imprensa de Beirute. Israel somou quatro vítimas no mesmo período.
O CS se limitou a emitir um comunicado final em que elogia "a decisão do secretário-geral (Kofi Annan) de despachar ao Oriente Médio uma delegação de alto nível e pede às partes "que cooperem plenamente. Em uma reunião similar realizada anteontem sobre Gaza, os EUA vetaram uma resolução que exigia de Israel a retirada dos territórios palestinos. Na reunião de ontem, o embaixador dos EUA, John Bolton, responsabilizou o Irã, a Síria e o grupo terrorista libanês Hizbollah pela crise.
A Força Aérea de Israel destruiu ontem o quartel-general do grupo terrorista Hezbollah em um bairro de maioria xiita no sul de Beirute e a casa do líder da organização, Hassan Nasrallah, mas ele não estava no local e declarou "guerra aberta ao país logo em seguida (veja a página 23).
O ataque israelense ao comando do Hezbollah matou quatro civis e feriu pelo menos 15. O Hezbollah respondeu com novos disparos de morteiros contra Israel, que mataram mais duas pessoas, uma mulher e seu neto de quatro anos. Dois israelenses já tinham sido mortos na véspera.
Israel diz que ainda não atingiu todos os alvos do Hezbollah. O Exército israelense acredita que o grupo tenha foguetes com alcance de até 70 quilômetros ou mais o suficiente para colocar cidades próximas a Tel Aviv no raio das bombas. Israel não espera, segundo o Exército, envolvimento direto da Síria e do Irã no conflito, apesar desses países já terem condenado os ataques aos libaneses. A ofensiva gerou protestos em todo o mundo árabe.