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Caminhão de ajuda humanitária aguarda na passagem de Rafah, entre o Egito e Gaza: Israel autorizou entrada de alimentos, água e medicamentos para a população civil do enclave a partir do país africano
Caminhão de ajuda humanitária aguarda na passagem de Rafah, entre o Egito e Gaza: Israel autorizou entrada de alimentos, água e medicamentos para a população civil do enclave a partir do país africano| Foto: EFE/EPA/ALI MOUSTAFA

O coordenador de Ajuda de Emergência da ONU, Martin Griffiths, disse nesta quarta-feira (18) à CNN Europa que a Faixa de Gaza precisará de cem caminhões de ajuda humanitária por dia, horas depois de o presidente americano, Joe Biden, ter anunciado que Israel aceitou a entrada desse tipo de auxílio no enclave a partir do Egito.

“Essa costumava ser a quantia do programa de ajuda que ia para Gaza”, disse Griffiths. “Temos travado negociações incrivelmente detalhadas com as partes para chegar a um entendimento e a um acordo sobre como seria exatamente um programa de ajuda para o sul de Gaza.”

O coordenador disse que há necessidade de uma “garantia de que podemos agir em grande escala todos os dias, de forma deliberada, repetitiva e confiável” e “com segurança”.

“O Direito Humanitário Internacional existe por uma razão. Ele estipula que as pessoas façam as suas próprias escolhas sobre onde estar em segurança e exige que todos nós garantamos essa segurança, e que a comunidade humanitária forneça ajuda às pessoas nos locais que escolhem para estarem seguras”, afirmou Griffiths, que destacou que a ajuda irá para a população civil e não para o grupo terrorista Hamas (que controla Gaza) e que espera que o auxílio comece a ser entregue dentro dos próximos dois dias.

Mais cedo, Biden, que visitou Israel, garantiu que o Estado judeu aceitou a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, algo a que se opunha até agora em retaliação ao brutal ataque do Hamas de 7 de outubro que deu início à atual guerra.

“Israel concordou que a assistência humanitária pode começar a ser transferida do Egito para Gaza”, disse Biden em um pronunciamento na parte final da sua visita a Israel. Mais de cem contêineres de ajuda humanitária aguardam na passagem de Rafah - a única na Faixa de Gaza não controlada por Israel e que a liga ao Sinai egípcio - que o governo israelense dê luz verde para a sua entrada no enclave.

“Estamos trabalhando em estreita colaboração com o governo egípcio, as Nações Unidas e as suas agências, como o Programa Mundial de Alimentos (PMA), e outros parceiros na região para que os caminhões atravessem a fronteira o mais rápido possível”, analisou Biden.

O mandatário americano anunciou também um fundo de ajuda de US$ 100 milhões em assistência humanitária para Gaza e a Cisjordânia ocupada, para apoiar mais de 1 milhão de pessoas deslocadas pelo conflito. “O povo de Gaza precisa de comida, água, medicamentos e abrigo”, afirmou.

Depois das declarações de Biden, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “Israel não impedirá a assistência humanitária [a partir] do Egito, desde que se trate apenas de alimentos, água e medicamentos para a população civil no sul da Faixa de Gaza”.

“Desde que estes fornecimentos não cheguem ao Hamas. Serão impedidos de chegar ao Hamas”, especificou um comunicado divulgado pela assessoria do primeiro-ministro após uma reunião do seu gabinete de guerra, que horas antes também se reuniu com Biden.

Após 11 dias de oposição à entrada de ajuda humanitária proveniente do Egito, Israel fez a concessão “à luz do apoio extenso e vital dos EUA ao esforço de guerra e a pedido do presidente [Biden]”.

No entanto, o gabinete de guerra de Israel deixou claro que “não permitirá nenhuma assistência humanitária [partindo] do seu território para a Faixa de Gaza até que os reféns sejam devolvidos”.

“Israel exige que a Cruz Vermelha visite os nossos reféns e está trabalhando para mobilizar um amplo apoio internacional a esta exigência”, acrescentou o comunicado.

Centenas de milhares de habitantes da Faixa de Gaza estão sendo evacuados para o sul do enclave, onde as reservas de água potável e de alimentos estão escassas. A guerra, iniciada há 12 dias, já deixou mais de 3,4 mil mortos em Gaza e pelo menos 11 mil feridos.

O brutal ataque terrorista do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, que deu início à guerra, causou 1,4 mil mortes do lado israelense. (Com Agência EFE)

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