A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta segunda-feira (14) a criação de uma equipe de crise para tentar responder ao impacto que a guerra na Ucrânia está causando nos mercados globais de alimentos e energia, um problema que ameaça a vida de milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento.
"Esta guerra vai muito além da Ucrânia. É também um ataque contra as pessoas e países mais vulneráveis do mundo", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em entrevista coletiva.
Desde a eclosão do conflito, as Nações Unidas e outras organizações têm alertado repetidamente sobre o impacto que a guerra pode ter sobre a fome - já que a Rússia e a Ucrânia são dois grandes exportadores de grãos - e sobre a economia de muitos países pobres, como consequência do aumento dos preços do petróleo e outras matérias-primas.
Guterres lembrou que, mesmo antes da guerra, os países em desenvolvimento lutavam para se recuperar da pandemia, com elevados níveis de inflação, subidas das taxas de juro e problemas de dívida acentuados pelo aumento dos preços do crédito.
"Agora, o seu celeiro está sendo bombardeado", lamentou o português, que lembrou que a Rússia e a Ucrânia representam, também, mais de metade da oferta mundial de óleo de girassol e trinta por cento de trigo. Só a Ucrânia, observou ele, produz mais da metade do trigo usado pelo Programa Mundial de Alimentos (PAM), a agência da ONU que apoia países de todo o mundo no combate à fome.
"Temos que fazer todo o possível para evitar um furacão de fome e um colapso do sistema alimentar global", enfatizou Guterres.
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