Nova Iorque – Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado ontem, mostra que os países continuam sem resolver desafios globais como o impacto da mudança climática, a extinção de espécies e a fome. No documento, intitulado "Perspectivas do Meio Ambiente Mundial", o órgão da ONU ressalta que esses e outros desafios são problemas "ainda não solucionados" e que "põem a humanidade em perigo".

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As advertências do Pnuma formam o primeiro relatório sobre o meio ambiente realizado pelo organismo em 20 anos, quando a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento publicou o estudo "Nosso Futuro Comum", também conhecido como Relatório Brundtland. O relatório mais recente também é chamado de GEO-4 (Global Environment Outlook, na sigla em inglês) e foi elaborado por 390 especialistas de todo o mundo. Foram avaliados os estados atuais da atmosfera, da terra, da água e da biodiversidade em nível global. O GEO-4 também descreve as mudanças ocorridas desde 1987 e identifica uma série de ações prioritárias.

Dentro do panorama pessimista, o PNUMA destacou alguns progressos conseguidos no combate a problemas relativamente simples, mas afirmou que "os mais difíceis ainda permanecem". "Nosso objetivo não é apresentar situações hipotéticas deprimentes e sem saída, mas realizar uma convocação à ação urgente", diz o subsecretário-geral da ONU e diretor-executivo do Pnuma, o alemão nascido no Brasil Achim Steiner.

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"Em muitas ocasiões a resposta da comunidade internacional foi lenta e esteve marcada por um ritmo e um grau de atuação que não responde ou que não reconhece a magnitude dos desafios enfrentados pelas populações e pelo meio ambiente", disse Steiner.

Entre os exemplos positivos, o subsecretário destacou o corte mundial de 95% na produção de substâncias químicas que danificam a camada de ozônio durante os últimos 20 anos e o tratado de redução das emissões de gases do efeito estufa. Mas entre os problemas que os especialistas consideram ainda existentes estão situações que vão desde o rápido aumento de "zonas mortas" (carentes de oxigênio) nos oceanos, até a reaparição de doenças conhecidas e desconhecidas relacionadas com a degradação da natureza.