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A resolução foi aprovada por unanimidade, inclusive com os votos de China e Rússia | REUTERS/Mike Segar
A resolução foi aprovada por unanimidade, inclusive com os votos de China e Rússia| Foto: REUTERS/Mike Segar

O Conselho de Segurança da ONU autorizou nesta segunda-feira que os comboios com ajuda humanitária para a Síria atravessem as fronteiras do país mesmo sem a aprovação de Damasco. Até agora, quase 90% da assistência fornecida pela ONU se destinavam a áreas controladas pelo governo de Bashar al-Assad. Acredita-se que a nova resolução deverá beneficiar mais de 1,3 milhão de pessoas.

Ainda não está claro quem protegerá os comboios da ONU nem como o governo sírio reagirá: Damasco já havia deixado claro que encararia a entrega de assistência sem a sua permissão como uma violação de sua soberania nacional.

A resolução, no entanto, foi aprovada por unanimidade, inclusive com os votos de China e Rússia, que vetaram quatro projetos de resolução anteriores dos países ocidentais desde o início do conflito sírio, há mais de três anos. Ela é válida por seis meses, podendo ser renovada.

O translado será realizado através de quatro pontos: dois na Turquia (Bab al-Salam e Bab al-Hawa), um no Iraque (Al-Yarubiyah) e outro na Jordânia (Al-Ramtha). O carregamento dos caminhões será submetido antes a um mecanismo de controle estabelecido pela ONU para confirmar a natureza humanitária do carregamento, e as autoridades sírias serão simplesmente informadas.

A resolução também exige que os combatentes facilitem a entrega da ajuda sem obstáculos e garantam a segurança dos envolvidos. A ONU estima que este sistema deverá permitir abastecer com alimentos e medicamentos entre 1,3 milhão e 1,9 milhão de civis adicionais. Segundo as Nações Unidas, 10,8 milhões de sírios precisam de ajuda.

O conflito sírio já deixou mais de 150 mil mortos desde março de 2011 e forçou nove milhões de pessoas a abandonarem suas casas, enquanto três milhões buscaram refúgio no exterior. Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o número de refugiados aumenta em 100 mil pessoas por mês e pode chegar a 3,6 milhões até o final de 2014.

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