Discurso
Oposição síria diz que terrorismo só terminará com queda de Assad
Efe
O presidente da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Hadi Bahra, agradeceu ontem à comunidade internacional pela campanha contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), mas garantiu que o terrorismo no país só terminará quando cair o regime de Bashar al-Assad.
"O terrorismo não pode ser destruído sem que seja destruído seu principal apoio: o regime", disse Bahra durante uma reunião ministerial sobre o conflito sírio realizada em paralelo com a Assembleia Geral da ONU.
Em seu discurso, o líder da oposição moderada insistiu que a "opressão" e os "massacres" de Assad estão na raiz do avanço de grupos como o EI. Nessa mensagem, coincidiu com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Saud al-Faisal, que assegurou que o regime é "a causa do surgimento do EI".
Bahra lembrou que a CNFROS vem combatendo "sozinha" os jihadistas há meses e, por isso, expressou sua satisfação diante da reação internacional das últimas semanas.
Além disso, pediu à coalizão que vem fazendo intervenções na Síria que ofereça "apoio aéreo" para as unidades armadas da oposição moderada e que atue com precisão para evitar baixas civis.
Bahra reafirmou que a CNFROS não busca o poder, mas simplesmente representa os sírios e o desejo deles por democracia.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou ontem, por unanimidade, uma resolução que obriga os Estados membros a adotar legislações que tornem crime a associação de seus cidadãos a grupos terroristas em outros países.
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O texto, chamado de "histórico" pelo presidente Barack Obama na reunião do conselho que teve a participação de chefes de Estado de parte dos 15 países que ocupam assento no órgão foi apresentado pelos Estados Unidos e por mais cem países e aprovado dois dias depois do início dos bombardeios do país à milícia radical Estado Islâmico (EI) na Síria.
"A histórica resolução que acabamos de adotar estabelece novas obrigações que as nações devem cumprir. Especificamente, os países devem evitar e suprimir o recrutamento, a organização e a entrega de armas a combatentes terroristas estrangeiros, assim como o financiamento de suas viagens e atividades", disse Obama.
A declaração prevê que todos os países da ONU devem assegurar que suas leis internas estabeleçam penalidades para cidadãos que viajem para outros países com o propósito de "cometer, planejar, preparar ou participar de atos terroristas" ou ainda "oferecer ou receber treinamento terrorista".