Ouça este conteúdo
Nesta quinta-feira (2), a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução para exigir o fim do embargo econômico e comercial dos Estados Unidos contra Cuba, que já ultrapassa seis décadas. Com 187 votos a favor, a medida foi aprovada pela maioria e contou com a oposição de apenas dois países: os EUA e Israel. Houve também uma abstenção, da Ucrânia.
Após a votação, os americanos reiteraram que o embargo tem como objetivo “fazer progredir a democracia e promover os direitos humanos e as liberdades” no país caribenho, segundo as palavras de Richard Mills, vice embaixador dos EUA na ONU.
Mills insistiu que seu país “está decididamente ao lado do povo cubano” na busca pelas liberdades fundamentais, mas o embargo permanece em vigor para promover a reforma de um sistema no qual existem “cerca de mil presos políticos”, 700 deles presos nos protestos históricos de julho de 2021.
Além disso, criticou o regime cubano por impedir a entrada de peritos independentes na ilha para estudar a situação dos direitos humanos, e particularmente das liberdades de expressão e religião.
Questão histórica
Desde 1992, a Assembleia Geral da ONU realiza anualmente uma sessão específica para solicitar o fim deste embargo imposto em 1962. Ele impede que Cuba possa realizar transações em dólares, comercializar produtos que atravessem os EUA e/ou que tenham uma percentagem mínima de 10% de peças fabricadas naquele país, bem como utilizar o sistema financeiro americano.
Para Bruno Rodríguez, ministro das Relações Exteriores de Cuba, o bloqueio "viola o direito à vida, à saúde, à educação e ao bem-estar de todos os homens e mulheres cubanos" e constitui "um ato de guerra em tempo de paz".