A ONU está tentando angariar doações de indivíduos para os seus programas fadados a atraírem menos ajudas governamentais devido à atual crise, disse um consultor da entidade nesta terça-feira (19).
Philippe Douste-Blazy, consultor do secretário-geral Ban Ki-moon para o financiamento ao desenvolvimento, disse que novas campanhas buscarão doações pela Internet, por meio do uso de cartões de crédito, e com sobretaxas voluntárias sobre viagens.
Isso poderia ajudar a completar os compromissos dos governos com projetos nos campos do combate à Aids, tuberculose e malária e da puericultura, disse o ex-chanceler francês após participar da assembleia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa "mobilização total de recursos" se somaria a medidas existentes para a arrecadação de fundos por meio da venda de passagens aéreas e de mecanismos vinculados ao mercado, como a venda de "créditos" para a vacinação de crianças, disse ele à Reuters.
"Vamos também continuar lutando para garantir que os governos deem as verbas que devem como ajuda oficial ao desenvolvimento", disse ele. "(As estratégias alternativas) não lhes permitirão reduzir essas contribuição, e sim farão uma diferença adicional."
Douste-Blazy disse que as novas iniciativas devem estar funcionando até janeiro de 2010.
Embora os planos não estejam finalizados, funcionários dizem que se cogita oferecer aos usuários a possibilidade de doarem pequenas quantias na compra de passagens aéreas e ferroviárias, reservas de hotéis e locação de veículos.
Além disso, a ONU pretende ampliar suas parcerias com o setor privado. Na terça-feira, a Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi) disse ter obtido 2 bilhões de dólares no mercado de capitais desde 2006.
"Isso é só o começo, e acreditamos que podemos obter outros 2 bilhões de dólares", afirmou Alan Gillespie, presidente do braço financeiro da aliança. "Estamos vendo uma forte demanda por investimentos éticos, como os títulos de vacinação", afirmou ele em nota.
A Gavi, que também tem o apoio da Fundação Bill & Melinda Gates, ajuda 70 por cento dos países mais pobres do mundo a adquirem vacinas e a melhorarem seus serviços de saúde.
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