A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo ontem pela doação de US$ 6,5 bilhões (R$ 15 bilhões) para ajudar 16 milhões de refugiados na Síria e em países vizinhos em 2014.
A verba para fazer frente à crise síria representa metade dos US$ 12,9 bilhões (R$ 30 bilhões) necessários para fornecer ajuda a 52 milhões de necessitados em 17 países, segundo anúncio feito ontem por Valerie Amos, coordenadora humanitária da ONU, durante uma reunião com países doadores em Genebra.
"Essa é a maior quantia que já tivemos de solicitar no início de um ano", disse Amos em entrevista coletiva, referindo-se ao valor global. O apelo para a Síria também é o mais vultoso já feito pela ONU por causa de uma só crise.
"O crescente número de refugiados internos e externos está gerando necessidades maiores em todos os setores e sobrecarregando as capacidades de países vizinhos, com profundas consequências regionais", diz o apelo da ONU a respeito da Síria.
No domingo, a ONU despachou pela primeira vez ajuda humanitária via aérea do Iraque para a Síria e nos próximos 12 dias pretende enviar alimentos e suprimentos de inverno para a região nordeste do país em guerra, uma área habitada principalmente por curdos.
Para 2014, a Síria solicitou US$ 2,3 bilhões para ajudar 9,3 milhões de refugiados internos da Síria. O valor supera amplamente o apelo para 2013, que era de 1,4 bilhão de dólares, dos quais apenas 62% foram recebidos.
Para os cinco países vizinhos Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia a ONU solicita US$ 4,2 bilhões em ajuda para 4,1 milhões de refugiados sírios e para as comunidades que os acolhem.
As agências da ONU pretendem fornecer alimentos, água potável, abrigo, educação, atendimento médico e vacinas contra a pólio para sírios dentro e fora do país, mergulhado há quase três anos em uma guerra civil.
"Essa é a pior crise humanitária que vimos em décadas, com mais sírios vulneráveis sendo empurrados para a fome a cada dia", afirmou Muhannad Hadi, coordenador de emergências para a Síria do Programa Mundial de Alimentos.