Tegucigalpa - Vinda de Genebra, a comissão da ONU para Direitos Humanos deverá apurar a partir de hoje abusos cometidos em Honduras desde 28 de junho, quando militares enviaram o presidente Manuel Zelaya para a Costa Rica. O grupo é liderado por Liliana Valiña, que atuou como investigadora no México, e por Roberto Desogus, que trabalhou na Colômbia.
Estima-se que a violência iniciada com o golpe deixou pelo menos 13 pessoas mortas. Uma investigação dos crimes cometidos nos rincões do interior do país, porém, poderá elevar ainda mais a cifra.
Embora não reconheça o governo de fato, a ONU deverá se reunir com autoridades que atualmente ocupam os três poderes. Os investigadores também pretendem se encontrar com Zelaya na embaixada brasileira, onde o presidente de fato está abrigado desde o dia 21.
Estima-se que o relatório final da investigação seja apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da organização apenas em março. Teoricamente, o processo poderia levar a uma resolução vinculante do Conselho de Segurança da ONU e a uma investigação internacional contra o governo de fato. Mas essas possibilidades são remotas.
Negociação
Representantes do governo de Roberto Micheletti e de Zelaya voltaram ontem a se encontrar para tentar evitar o colapso das negociações para pôr fim à crise. Desde quinta-feira, a negociação está travada. As duas partes discordam sobre qual poder da república deverá analisar a restituição de Zelaya. Micheletti exige que seja a Suprema Corte; Zelaya, o Congresso. Esse é o único ponto que não há acordo.