Uma agência da ONU condenou na quarta-feira o assassinato de um dirigente camponês que lutava pela restituição de terras griladas por grupos paramilitares de direita no noroeste da Colômbia.
Hernando Pérez foi assassinado no domingo perto da localidade de Necoclí, no Departamento de Antioquia, depois de assistir à entrega de 34 títulos de propriedade a pessoas que haviam tido suas terras tomadas pelos paramilitares.
"Esse crime se soma a uma série de assassinatos, atentados e ameaças contra os líderes e comunidades que estão lutando pela devolução das suas terras", disse Christian Salazar, representante na Colômbia do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
"É urgente que o governo tome medidas especiais de proteção para prevenir a violência contra os beneficiários dos processos de restituição de terras. O escritório está disposto a acompanhar o Estado nessa tarefa."
Salazar disse que o crime não foi um fato isolado, e sim parte de um padrão de homicídios, atentados e ameaças contra os líderes camponeses e suas famílias. Ele citou os assassinatos, em maio, de Rogelio Martínez, no Departamento de Sucre, e de Alexandre Quintero, no Departamento do Cauca.
A violência contra militantes sindicais e de direitos humanos é um dos principais argumentos dos parlamentares democratas dos EUA para não ratificar um Tratado de Livre-Comércio assinado anos atrás entre Bogotá e Washington.
No ano passado, 32 ativistas foram assassinados na Colômbia, segundo o programa não-governamental Somos Defensores.
Embora mais de 31 mil paramilitares tenham se desmobilizado nos últimos anos, centenas deles voltaram à ilegalidade como integrantes de grupos armados a serviço do narcotráfico.
Os paramilitares surgiram na década de 1980, como exércitos privados financiados por latifundiários, comerciantes e traficantes, para se defenderem de ataques de guerrilheiros esquerdistas.
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