A Organização das Nações Unidas (ONU) informou neste domingo (6) que está alarmada com a "natureza violenta" de uma manifestação em um grande campo de refugiados sírios na Jordânia, que já matou uma pessoa e feriu dezenas de outras. O protesto, que começou ontem no campo de Zaatari, reverberou em toda a região.
Agências humanitárias e autoridades governamentais se esforçam para administrar os milhares de refugiados sírios que buscaram abrigo em países vizinhos, como Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.
Em um comunicado, a ONU informou que uma "manifestação acalorada" em Zaatari ficou "violenta", depois que milhares de refugiados possivelmente começaram a arremessar pedras contra um posto policial dentro do acampamento. O protesto teve início após a polícia ter detido uma família de refugiados e um motorista que tentava transportá-la de forma clandestina, esclareceu a agência.
Policiais dispararam gás lacrimogêneo e relatos apontam uso de munição letal, de acordo com a ONU. Três refugiados sírios foram encaminhados ao hospital para tratar ferimentos a bala e um deles morreu, revelou a agência. Em nota, a ONU disse ainda 28 policiais ficaram feridos durante a manifestação. Nove tendas e cinco casas móveis foram queimadas, acrescentou o comunicado.
"Esforços tremendos foram feitos nos últimos meses para criar uma atmosfera de civilidade no campo", declarou a agência da ONU apelando para que os refugiados respeitem "a lei jordaniana". Mais cedo, a polícia da Jordânia informou em nota que suas tropas usaram gás lacrimogêneo para dissipar as multidões que atacaram o posto policial e atearam fogo nas tendas.
A Jordânia registrou a chegada de 588.979 sírios ao seu território e esse número cresce diariamente. A maioria dos refugiados está distribuída em dois acampamentos perto da fronteira com a Síria. Com mais de 120 mil pessoas, Zaatari é o maior dos campos. Os sírios estão sob cuidados da ONU e do governo jordaniano, mas ainda há um número não determinado de refugiados não registrados nos acampamentos.