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Soldados do Exército Nacional Afegão participam de treinamento em base militar no distrito de Guzara, Afeganistão. Foto: Hoshang Hashimi / AFP
Soldados do Exército Nacional Afegão participam de treinamento em base militar no distrito de Guzara, Afeganistão. Foto: Hoshang Hashimi / AFP| Foto:

Treze civis foram mortos por ataques aéreos realizados em conjunto entre norte-americanos e afegãos no norte do Afeganistão no fim de semana, disse a Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira.

O incidente perto da cidade de Kunduz na província com o mesmo nome ocorreu durante a noite de sexta para sábado, informou a Missão de Assistência da ONU no Afeganistão em um comunicado.

“A Missão expressa grande preocupação com a constatação inicial de que dez dos mortos eram crianças, parte da mesma família que foi desalojada por combates em outros lugares do país”, disse o comunicado. Mais três civis ficaram feridos.

Uma investigação sobre o incidente estava em andamento, disse uma porta-voz da missão da Otan norte-americana.

No mês passado, um amplo relatório da ONU disse que 2018 foi o ano mais mortífero para os civis na guerra, que agora está no seu 18º ano. As mortes de crianças por ataques aéreos dos EUA e coalizão vêm aumentando desde 2014.

Em todo o país, os afegãos celebravam o ano-novo persa, ou Nowruz, com comemorações que começaram na quinta-feira (21) e continuaram por vários dias. Mas as esperanças de um começo pacífico foram frustradas por uma onda de violência em todos os lados, à medida que as negociações de paz se intensificam entre Washington e o Talibã, em um esforço para acabar com a guerra mais longa dos Estados Unidos.

Continuando uma tendência crescente de recordes nas perdas militares afegãs, mais de 30 pessoas das forças pró-governo foram mortas no fim de semana em combates com insurgentes do Talibã no disputado distrito Sangin, na província de Helmand, de acordo com relatos da mídia afegã.

A violência devastadora durante o Nowruz também poderia prever o que deve acontecer nos próximos meses. Especialistas dizem que uma luta mais intensa é esperada antes de qualquer acordo de paz, parte de uma estratégia de ambos os lados para aumentar a vantagem para quando eles eventualmente se sentarem à mesa de negociações.

A violência na sexta-feira também tirou a vida de dois soldados americanos e membros da força de comando de elite do Afeganistão na luta contra os talibãs no norte; Em um incidente separado, o Estado Islâmico atacou visitantes perto de um santuário e cemitério xiita em Cabul.

Em Kunduz, local dos ataques mortais, parentes das vítimas realizaram um protesto e tentaram atravessar a cidade de Kunduz com os corpos erguidos no ar. Eles foram impedidos de fazê-lo pelas forças de segurança, segundo vários moradores.

Um porta-voz do governador provincial disse que as autoridades não conseguiram corroborar as descobertas da ONU devido a restrições de segurança. "É muito arriscado ir até lá", disse Esmatullah Muradi por telefone.

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