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O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed ElBaradei, confirmou nesta segunda-feira que o Irã retomou a produção de urânio concentrado na usina localizada nas proximidades de Isfahan, no centro da república islâmica. No entanto, ElBaradei ressaltou que isso não quebrou um acordo firmado com três países da União Européia sobre a questão nuclear.

"Deve-se destacar que as partes do processo que estão lacradas com selo permanecem intactas", disse a agência em comunicado referindo-se aos componentes mais sensíveis do processo nuclear. Grã-Bretanha, França e Alemanha ofereceram vantagens políticas e econômicas em troca do congelamento das atividades nucleares iranianas, mas a oferta foi considerada um insulto por Teerã.

- O Irã começou hoje a introduzir mineral de urânio concentrado na primeira parte do processo de tratamento da fábrica de conversão - disse a porta-voz da AIEA Melissa Fleming.

A agência de notícias oficial Isna ressaltou, porém, que ainda não se iniciou a fase de processamento de urânio bruto e sua conversão em um gás chamado HF6 - primeiro passo para o enriquecimento.

O negociador iraniano Mohamed Zaidad disse que o restante das atividades da central de Isfahan serão retomadas a partir de terça-feira.

Os governos da Grã-Bretanha e da França manifestaram grande preocupação após a retomar das atividades na usina nuclear. O ministro das Relações Exteriores britânico, Ian Pearson, descreveu como "danosa" a rejeição do Irã da proposta feita pela União Européia. Philippe Douste-Blazy, ministro das Relações Exteriores da França, chamou de "alarmante" a retomada dos trabalhos em Isfahan e considerou violado o acordo fechado em Paris no ano passado.

- É uma clara violação do acordo de Paris e das resoluções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) - afirmou Douste-Blazy.

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