Armas químicas foram usadas provavelmente em cinco de sete ataques investigados por especialistas da Organização das Nações Unidas na Síria, onde uma guerra civil de mais de dois anos e meio já matou pelo menos 100.000 pessoas, de acordo com um relatório da ONU publicado nesta quinta-feira (12).
Os investigadores acrescentaram que o agente nervoso sarin foi usado provavelmente em quatro ataques, sendo em larga escala em um dos casos.
O relatório observou que em vários casos as vítimas incluíam soldados e civis, embora nem sempre foi possível estabelecer com certeza todas as ligações diretas entre os ataques, as vítimas e os supostos locais dos incidentes.
"A Missão das Nações Unidas conclui que armas químicas foram utilizadas no conflito em andamento entre as partes na República Árabe Síria", informou o relatório final do investigador-chefe da ONU, Ake Sellstrom.
A investigação apontou o provável uso de armas químicas em Khan al-Assal, perto da cidade de Aleppo, no norte do país, em março; em Saraqeb, perto de Idlib, também no norte, em abril; e em Jobar e Ashrafiat Sahnaya, perto de Damasco, em agosto.
Como inicialmente relatado por Sellstrom em setembro, os peritos encontraram evidências "claras e convincentes" de que o agente sarin foi utilizado em larga escala contra civis em Ghouta, subúrbio de Damasco controlado pelos rebeldes, em 21 de agosto, matando centenas de pessoas.
No relatório final apresentado nesta quinta-feira, os peritos disseram que o sarin também tinha sido usado provavelmente em pequena escala em Jobar, Saraqeb e Ashrafiat Sahnaya.
A investigação teve apenas o objetivo de confirmar o uso de armas químicas, e não os responsáveis pelo uso. O governo sírio e a oposição fizeram acusações mútuas e ambos negaram ter recorrido a tal armamento.