Mãe chora durante velório de militar libanês morto em confronto| Foto: Ali Hashisho/Reuters

Outro lado

"Israelenses invadiram o Líbano"

O ministro libanês de Informação, Tareq Mitri, refutou as investigações da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) e afirmou que soldados israelenses invadiram a fronteira do Líbano para podar árvores. "As árvores estavam ao sul da Linha Azul, mas em terras libanesas’’, disse Mitri.

O ministro ressaltou ainda que o Líbano sempre teve reservas quanto à Linha Azul, demarcada pela ONU quando Israel retirou as forças do Líbano em 2000, mas sempre a respeitou. Segundo Mitri, Israel avisou a Finul que podaria as árvores. O Líbano então pediu que as forças da ONU suspendessem o processo até a chegada dos militares libaneses ao local.

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A ONU confirmou a versão de Israel no confronto de ontem na fronteira com o Líbano, que deixou cinco mortos. Segundo o comando das forças de paz do organismo, o Exército de Israel não invadiu o território inimigo, conforme afirmaram os militares libaneses para justificar os disparos feitos.O mais grave incidente entre os dois países desde a guerra en­­tre Israel e o grupo xiita Hez­­bol­­lah, em 2006, foi iniciado quando o Exército de Israel podava árvores na fronteira, e soldados libaneses abriram fogo, matando um oficial israelense. Israel respondeu com artilharia pesada, destruindo casas e deixando quatro mortos – três soldados e um jornalista.

Em entrevista coletiva hoje em Nova York, o chefe das operações de paz da ONU, Alain le Roy, disse que as árvores estavam no lado israelense da fronteira.

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As árvores da discórdia estavam num encrave situado entre a "Linha Azul’’, a fronteira de­­marcada pela ONU entre Israel e o Líbano, e a "cerca técnica’’ que se­­para fisicamente os dois países.

Desde que Israel se retirou do sul do Líbano, em 2000, o Líbano considera parte deste encrave como seu território.

O ministro da Defesa de Is­­rael, Ehud Barak, acusou o Exér­­cito libanês de disparar sem qualquer motivo. "Foi uma grave provocação, e nós reagimos de forma contida e imediata’’, disse Ba­­rak. Ele avaliou o incidente isolado, não como um ataque planejado pelo comando do Exér­­cito libanês ou do Hez­­bollah.

A declaração de Barak parece ter tido o objetivo de evitar uma escalada na fronteira.