A Assembleia Geral da ONU declarou na segunda-feira que a eleição presidencial afegã foi "crível e legítima", apesar das suspeitas de fraude.

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Por unanimidade, a assembleia de 192 países pediu também que o governo do presidente reeleito, Hamid Karzai, leve adiante o "fortalecimento do estado de direito e dos processos democráticos, a luta contra a corrupção (e) a aceleração da reforma do Judiciário".

As fraudes apontadas durante o primeiro turno e a recusa do principal adversário de Karzai em disputar um segundo turno abalaram a credibilidade do presidente afegão para o seu segundo mandato. Mas a Assembleia Geral disse não ter dúvidas sobre a legitimidade dele ou sobre seu direito de continuar governando.

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A resolução elogiou "os esforços das instituições relevantes para tratar das irregularidades identificadas pelas instituições eleitorais no Afeganistão, e para assegurar um processo crível e legítimo em concordância com a Lei Eleitoral Afegã e com o marco da Constituição afegã".

O embaixador do país na ONU, Zahir Tanin, disse que sua nação e o governo estão "profundamente gratos" pelo voto de confiança dado pela assembleia. Ele admitiu que houve problemas na votação, mas acrescentou que nenhuma eleição é perfeita.

"Elas são ainda menos perfeitas em uma democracia emergente ameaçada pelo conflito," afirmou ele no plenário.

"As queixas e irregularidades foram descobertas e tratadas de modo meticulosamente justo e sistemático. As eleições foram as mais livres possíveis, as mais justas possíveis e as mais transparente possíveis", acrescentou.

O diplomata disse também que seu governo apoia as propostas para uma conferência internacional destinada a renovar sua parceria com aliados no mundo todo, no que seria um "segundo pacto" com a comunidade internacional.

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O primeiro pacto remonta a uma conferência ocorrida em 2006 em Londres, com metas para boa governança e outros compromissos - por parte de Cabul e da comunidade internacional - que continuam sendo em grande medida ignorados.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na semana passada que uma conferência da ONU sobre o Afeganistão deve ocorrer no começo de 2010.

A Assembleia Geral da ONU também manifestou "grande preocupação" com a ligação entre o narcotráfico e os militantes do Taleban, da Al Qaeda e de "outros grupos extremistas ou criminosos" no Afeganistão. A resolução pediu ao governo afegão que amplie suas atividades de combate às drogas no país inteiro.

O Afeganistão produz 92 por cento do ópio do mundo, e exporta 3.500 toneladas desse produto - matéria-prima da heroína - por ano, segundo o Escritório da ONU para Drogas e Crimes.

Essa agência disse em novembro que desde 2005 a milícia islâmica do TalEban tem ganhado até 160 milhões de dólares por ano com um "pedágio" sobre o cultivo e comércio de ópio.

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