Criança subnutrida descansa no setor pediátrico do hospital Banadir, na capital somali, Mogadishu. A Organização das Nações Unidas declarou estado de fome em duas regiões no sul da Somália nesta quarta-feira e disse que a condição se espalhará rapidamente a menos que doadores tomem medidas| Foto: REUTERS/Feisal Omar

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou nesta quarta-feira estado de fome em duas partes da Somália, em virtude da estiagem que afeta mais de 10 milhões de pessoas no Chifre da África. As áreas afetadas são Bakool e Baixa Shabelle, ambas localizadas no sul do país, informou um comunicado emitido hoje pelo departamento de Relações Humanitárias da ONU para Somália.

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"Em todo o país, quase metade da população somali - 3,7 milhões de pessoas - agora está em crise, da qual cerca de 2,8 milhões de pessoas estão no sul", disse a ONU. "Secas consecutivas afetaram o país nos últimos anos, enquanto o contínuo conflito tornou extremamente difícil para as agências operarem e acessarem as comunidades no sul da Somália", informou a organização.

A menos que ações de caráter emergencial sejam tomadas, autoridades alertaram que as áreas afetadas pela fome aumentarão. "Se não agirmos agora, a fome se espalhará para todas as oito regiões do sul da Somália dentro de dois meses, devido às fracas colheitas e ao surto de doenças infecciosas", afirmou Mark Bowden, coordenador de medidas humanitárias da ONU na Somália.

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Quênia, Uganda, Etiópia e Djibouti estão entre os outros países prejudicados pela estiagem na região do Chifre da África. Ontem, os Estados Unidos solicitaram que a Eritreia informe quão severamente foi afetada pelas condições de seca.

De acordo com a ONU e outras agências humanitárias, fome implica ingerir menos de 2.100 calorias em alimentos por dia, desnutrição aguda em mais de 30% das crianças e duas mortes a cada 10 mil pessoas por dia.