A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou situação de fome crítica em mais três áreas da Somália, incluindo partes da capital, Mogadíscio, onde há campos de refugiados e os distritos rurais de Balcad e Cadale.
Em 20 de julho, a organização já havia declarado surto de fome em duas grandes regiões do sul da Somália, país devastado pela guerra civil e pela ausência, desde 1991, de um governo central.
A situação na região sul se agravou depois de ela ter sido dominada pelo grupo extremista islâmico Al Shabab, ligado à rede terrorista Al-Qaeda, que desde o ano passado vem impedindo a entrada de organizações internacionais de combate à fome.
Em julho, os EUA haviam prometido enviar alimentos às áreas do país africano onde a crise é mais aguda, mas não queriam que o Al Shabab que está na sua lista de organizações terroristas interferisse na distribuição.
Segundo comunicado do escritório de segurança alimentar da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), é provável que a fome atinja nível crítico em todo o sul somali num período de até seis semanas e dure pelo menos até o final deste ano.
"A ajuda humanitária continua sendo insuficiente, devido às restrições de acesso à região e às dificuldades de expandir programas emergenciais de assistência", afirmou o comunicado da FAO.
O atual surto é considerado o pior em seis décadas na região chamada de Chifre da África, que inclui, além da Somália, a Etiópia e o Djibuti.