Mulher carrega bebê em acampamento de refugiados na Somália, país arrasado pela seca no nordeste da África| Foto: União Africana/Reuters
Confira a região afetada pela seca na África

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou ontem situação de fome crítica em duas regiões do sul da Somália, no leste da África. A organização também alertou que a situação pode se espalhar pelo país nos próximos meses, se a comunidade in­­ternacional não fizer doações pa­­­­ra mitigar a crise.

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Mark Bowden, coordenador humanitário da ONU para a Somália, afirmou que as regiões de Bakool e Shabelle foram atingidas pela pior fome em 20 anos e que a crise pode chegar às oito regiões do sul do país.

"Ainda não temos os recursos necessários para fornecer alimentação, água potável, abrigo e atendimento médico para milhares de somalis, que passam necessidade."

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Cerca de 10 milhões de pessoas são afetadas em algum grau pela fome no chamado Chifre da África – Somália, Quênia, Etió­pia e Dijibuti. Em situação extrema estão cerca de 2,8 milhões somalis.

A crise da fome na Somália é causada pela seca recorrente, que atinge a região há anos, mas teve piora em 2011.

Duas estações de chuva não vieram e a produção agrícola foi destruída, levando à alta da inflação.

Para piorar o cenário, conflitos entre milícias no sul do país também dificultam as operações das agências humanitárias. A área é controlada pelo grupo extremista islâmico Al-Shabab, ligado à rede terrorista Al-Qaeda, que luta contra o governo interino apoiado pelo Ocidente.

Desde meados de 2009 até julho, o Al-Shabab proibia a entrega de ajuda alimentar hu­­manitária no sul da Somália, partes do centro do país e na capital, Mogadício. Alegavam que o auxílio internacional gerava dependência institucional, mas agora suspenderam a proibição com a piora da crise.

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"Definitivamente, os conflitos e a insegurança são o maior desafio para nossa atuação na Somália", disse Tyler Fainstat, diretor-executivo da MSF (Médicos Sem Fronteira) no Brasil.

A organização está presente no país desde 1991, mas suspendeu operações em Mogadício por dois anos devido aos conflitos.