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A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta sexta-feira (17) uma investigação independente sobre o incêndio numa prisão que matou centenas de pessoas em Honduras e denunciou o que chamou de onda de violência nas prisões da América Latina alimentada pelas condições precárias e pela superlotação. Sobreviventes do incêndio que matou mais de 350 presos na prisão de Comayagua na noite de terça-feira (14) acusaram os guardas de deixarem os detentos morrerem nas celas e de atirarem em outros que tentavam escapar das chamas.

A agência da ONU para os direitos humanos "apoia integralmente o estabelecimento de uma investigação independente completa sobre os casos de incêndio e sobre se as condições na prisão contribuíram para a enorme perda de vidas", disse num briefing Rupert Colville, porta-voz da alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay. Colville observou que a prisão foi projetada para abrigar 250 presos, mas mantinha mais de 800 no momento do incêndio. Ele pediu que as autoridades hondurenhas divulguem informações às famílias das vítimas "sem mais nenhuma demora". Esse foi o terceiro caso de incêndio numa prisão em Honduras com um alto número de fatalidades numa década. Em 2004, 107 presos morreram em San Pedro Sula, afirmou ele. Os problemas, porém, são disseminados pela região onde as prisões em geral abrigam de 30 por cento a 100 por cento mais prisioneiros do que têm capacidade, afirmou ele. O porta-voz disse que nas últimas semanas a onda de violência nas prisões causou mortes em países como Uruguai, Argentina, Venezuela e Chile. No Brasil, o vídeo de uma presa algemada que tinha acabado de dar à luz voltou a chamar atenção sobre o uso de algemas durante e após o parto em São Paulo. As acusações foram negadas pelas autoridades, de acordo com Colville. A mulher era mantida em prisão preventiva acusada de furto. No Chile, neste mês, um surto de um tipo de febre hemorrágica disseminada por ratos matou dois presos e deixou vários outros doentes na prisão de El Manzano, afirmou ele. No mês passado, uma rebelião na prisão de Talagante, perto de Santiago, aconteceu depois que um guarda matou a tiros um detento que tentava fugir.

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