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Conflitos

ONU desbloqueia US$ 1,5 bilhão para rebeldes líbios

Soldados rebeldes líbios escoltam mebros do Conselho Nacional de Transição em Trípoli | EFE/Hannibal Hanschke
Soldados rebeldes líbios escoltam mebros do Conselho Nacional de Transição em Trípoli (Foto: EFE/Hannibal Hanschke)
Rebelde líbio chuta porta durante busca para capturar integrantes das forças do ditador Muamar Kadafi, em Trípoli |

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Rebelde líbio chuta porta durante busca para capturar integrantes das forças do ditador Muamar Kadafi, em Trípoli

O Conselho de Segurança da ONU liberou nesta quinta-feira (25) o desbloqueio de US$ 1,5 bilhão para os rebeldes líbios, depois que Estados Unidos e África do Sul chegaram a um acordo dentro do comitê de sanções do organismo.

"A África do Sul aceitou retirar seu bloqueio à medida. Estamos muito satisfeitos, já que todos os membros do Conselho reconhecem agora a importância de ajudar o povo líbio", disse à imprensa a embaixadora adjunta dos EUA, Rosemary DiCarlo.

O acordo evitou que o Conselho de Segurança votasse nesta quinta-feira um projeto de resolução apresentado pela delegação americana com o desbloqueio de fundos em seu poder, que poderão ser transferidos agora para "as autoridades pertinentes líbias" em questão de "dias", segundo explicaram fontes diplomáticas.

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Kadafi conclama apoiadores

O líder líbio Muamar Kadafi conclamou os seus seguidores nesta quinta-feira a marchar em direção a Trípoli e "purificar" a capital ocupada por rebeldes, que ele classificou como "ratos, cruzados e infiéis".

Em um breve discurso em áudio transmitido por canais leais a ele, Kadafi convocou todas as tribos da Líbia a se juntar e expulsar do país o que chamou de agentes estrangeiros.

"A Líbia é para o povo líbio e não para os agentes, não para o imperialismo, não para a França, não para o Sarkozy, não para a Itália", afirmou.

"Trípoli é para vocês, não para aqueles que confiam na Otan", disse.

Kadafi está seguro, diz porta-voz Kadafi está escondido em segurança e lidera o confronto contra os rebeldes, afirmou o porta-voz dele nesta quinta-feira. Há vários focos de lutas em Trípoli, enquanto a oposição tenta garantir o controle sobre o país.

O porta-voz, Moussa Ibrahim, disse por telefone à Associated Press que o ditador estava na Líbia e seu moral estava alto. Kadafi "está na verdade liderando a batalha por nossa liberdade e independência", afirmou.

Ibrahim se recusou a dizer onde na Líbia estava Kadafi. O próprio porta-voz disse que estava em um local não revelado no país do norte africano, movendo-se constantemente. "Toda a família do líder está bem", completou o funcionário, dizendo que as lideranças militares e os aliados políticos seguiam apoiando Kadafi. Segundo ele, é possível que o regime continue resistindo por "semanas, meses e anos".

Ibrahim disse que Kadafi controlava "uma boa porção" da capital, o que difere do testemunhado por repórteres na capital, além de outras cidades. Também acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de cercar cidades que são bases de Kadafi como Sirta. As informações são da Associated Press.

Liga Árabe reconhece CNT

A Liga Árabe reconheceu nesta quinta-feira o Conselho Nacional de Transição (CNT) como único representante legítimo do povo líbio, anunciou o secretário-geral da organização com sede no Cairo Nabil El Araby.

Fontes da Liga Árabe explicaram à Agência Efe que Araby recebeu nesta quinta-feira os representantes do CNT, Aly Tikri e Abdel Moneim Al Honi.

Bin Heli lembrou que 12 dos 22 países que pertencem à instituição pan-árabe já reconheceram o CNT, o "governo" temporário dos rebeldes líbios, como único representante legítimo do povo da Líbia, e que o último foi o Sudão.

Além disso, "a Liga Árabe decidiu nesta quinta-feira que o CNT ocupará no sábado o lugar da Líbia na reunião dos ministros de Relações Exteriores" que será realizada na capital egípcia.

Bin Heli ressaltou que como organização internacional a Liga Árabe não pode reconhecer o CNT, mas sim os próprios estados-membros que o formam, embora ao dar sinal verde a que o "governo" rebelde ocupe o lugar reservado à Líbia no seio do organismo, esteja aceitando implicitamente.

Em fevereiro, após o início do levantamento contra o líder líbio, Muamar Kadafi, a Liga Árabe decidiu suspender a participação da Líbia "até que suas autoridades cumprissem os requerimentos da organização".

Segundo Bin Heli, na reunião de ministros de Relações Exteriores do próximo sábado está previsto que se debata "a situação árabe em geral e, concretamente, a situação na Líbia e na Síria".

Chanceler líbio diz que Muamar Kadafi já caiu

O chanceler do regime de Muamar Kadafi disse na quarta-feira a um canal britânico de TV que a guerra civil no seu país está praticamente terminada, e pediu aos partidários de Kadafi que deixem de lutar.

"Se eu estivesse no poder, diria a eles que depusessem suas armas", disse Abdelati Obeidi ao Channel 4. Questionado sobre se sabia do paradeiro de Kadafi, ele declarou: "Não, não, não."

Obeidi insinuou, além disso, que poderá ocupar alguma posição no futuro governo. Ele não disse se deixou oficialmente o seu cargo. "Eles (rebeldes) têm uma boa ideia a meu respeito, eles me conhecem. Tenho certeza de que não irão fazer mal a mim ou à minha família. Pelo contrário, sinto que quando as coisas se acalmarem, poderemos conversar."Voltar

Brasil é convidado para as discussões

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta quarta-feira que Rússia, China, Índia e Brasil serão convidados para a conferência sobre a Líbia, que será realizada em Paris, em 1º de setembro.

Sarkozy declarou ainda que a França manterá as operações militares na Líbia sob mandato da Organização das Nações Unidas enquanto for necessário.

"Estamos prontos para continuar as operações militares na Líbia sob a Resolução 1973 da ONU pelo tempo que os nossos amigos líbios precisarem", afirmou Sarkozy a repórteres em frente ao palácio presidencial, ao lado do líder rebelde líbio Mahmoud Jibril, do Conselho Nacional de Transição.

Recompensa por Kadafi

O Conselho Nacional de Transição dos rebeldes líbios ofereceu nesta quarta-feira anistia a qualquer pessoa do círculo de Muamar Kadafi que o matar ou capturar.

O presidente do Conselho, Mustafa Abdel Jalil, também disse que um empresário de Benghazi, que ele não identificou, se dispôs a pagar uma recompensa de 2 milhões de dinares líbios (1,3 milhão de dólares) pela captura de Kadafi.

"O Conselho Nacional de Transição anuncia que a qualquer um do círculo próximo dele, que matar Kadafi ou capturá-lo, a sociedade lhe concederá anistia ou perdão por qualquer crime que tenha cometido", declarou Jalil em entrevista à imprensa.

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