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Os alimentos estão sendo entregues somente às mulheres, mas o programa incentiva os homens a esperá-las do lado de fora, por motivo de segurança | Fred Dufour/AFP
Os alimentos estão sendo entregues somente às mulheres, mas o programa incentiva os homens a esperá-las do lado de fora, por motivo de segurança| Foto: Fred Dufour/AFP

Porto Príncipe - O Programa Mundial de Alimentação da ONU (WFP, na sigla em inglês) começou ontem, segunda a agência BBC, uma grande operação de distribuição de alimentos para suprir cerca de 2 milhões de pessoas em Porto Príncipe, capital do Haiti.

A operação está sendo concentrada em 16 centros de distribuição fixos na capital, onde apenas as mulheres têm autorização de entrar. Cada família tem direito a retirar 25 kg de rações de arroz, programadas para durar duas semanas.

Segundo o WFP, experiências anteriores em outras grandes catástrofes mostraram que entregar a ajuda às mulheres é a melhor maneira de garantir que os alimentos cheguem às pessoas necessitadas.

Mas enviados especiais da BBC a Porto Príncipe dizem que a decisão pode ter sido tomada por causa do mau comportamento de homens nas filas para coleta de alimentos desde o terremoto que atingiu o país, no dia 12 de janeiro. O WFP está incentivando os homens a acompanhar as mulheres e esperar do lado de fora dos centros de distribuição, para tentar evitar que elas sejam vítimas de ataques.

A organização disse que está trabalhando junto com autoridades locais para assegurar que homens com necessidades especiais também sejam atendidos.

Estabilidade

Segundo a a diretora-executiva da WFP, Josette Sheeran, o novo esquema de distribuição de alimentos vai contribuir para uma maior estabilidade em Porto Príncipe, devastada por um terremoto há cerca de três semanas. "Até agora, a natureza desta emergência nos havia forçado a trabalhar de uma maneira ‘rápida e suja’ simplesmente para começar a distribuição imediata", explicou. "O novo sistema nos permitirá garantir a assistência alimentar a mais gente, e mais rapidamente, através de uma rede robusta de centros de distribuição.

O WFP diz ter conseguido fazer chegar mais de 16 milhões de refeições a 600 mil pessoas desde o terremoto, em meio a grandes problemas de logística causados pela destruição da infra-estrutura do Haiti.

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