O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) informou nesta quarta (11) que cerca de 300 pessoas desapareceram e foram declaradas mortas após os barcos que as levavam da Líbia para a Europa naufragarem no mar Mediterrâneo.
Em comunicado, a agência das Nações Unidas disse que os imigrantes estavam em três botes infláveis que foram encontrados pela Guarda Costeira italiana. O número foi levantado com os nove sobreviventes, que vieram do oeste da África.
Segundo a porta-voz da Acnur na Itália, Carlotta Sami, as vítimas estavam em dois barcos que naufragaram no canal da Sicília, rota mais curta entre a África e a ilha de Lampedusa, na Itália, provavelmente na última segunda (9).
Sami ainda afirma que o número de mortos pode aumentar, já que os sobreviventes relataram que existia um quarto barco no mesmo grupo. Eles podem ter morrido devido às baixas temperaturas e o mar revolto na região.
O desaparecimento dos imigrantes acontece dois dias após 29 pessoas morrerem em outro naufrágio. Sete delas já estavam mortas quando a Guarda Costeira chegou ao local e outras 22 morreram de hipotermia enquanto eram levadas a Lampedusa.
A Organização Internacional de Imigração informou que as três embarcações partiram da costa da Líbia no último sábado (7), carregando cada uma mais de cem pessoas. Além da Guarda Costeira, um navio mercante ajudou no resgate.
As novas mortes podem elevar as críticas contra a Itália por ter suspendido a operação Mare Nostrum, que resgatava alguns dos imigrantes, por falta de recursos.
Pouco após a notícia sobre os naufrágios, o papa Francisco, que esteve em Lampedusa em sua primeira viagem como líder da Igreja Católica, disse que "acompanha com preocupação" as notícias sobre os naufrágios.
Em sua audiência geral, disse que dedica orações às vítimas e fez um chamado para que a ajuda aos imigrantes "para que não falte a ninguém o auxílio necessário".