A empobrecida Coreia do Norte enfrenta um déficit crônico de alimentos, após um inverno rigoroso que afetou sua colheita, disse na sexta-feira um representante das Nações Unidas.
Anos de política agrícola mal administrada e de desastres naturais na década de 1990 resultaram em fome generalizada que, segundo algumas estimativas, teria levado até 1 milhão de pessoas à morte.
"Sabemos que a Coreia do Norte teve um inverno muito difícil", disse Gerald Bourke, que trabalha para o departamento de operações do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, em Roma, falando a jornalistas no aeroporto de Pequim depois de retornar de Pyongyang.
"Os norte-coreanos tiveram problemas com a safra de batatas e com a germinação do trigo de inverno", disse ele.
"Como sabemos, a Coreia do Norte não é um país que venha produzindo mais alimentos do que necessita. Há um déficit crônico ali, e esse fato tem implicações nutricionais de vários tipos."
RDCP, ou República Democrática Popular da Coreia, é o nome oficial da Coreia do Norte.
Em fevereiro, cinco agências humanitárias dos EUA, pedindo o envio de ajuda alimentar emergencial ao país, disseram que a Coreia do Norte, envolvida em um impasse prolongado com o Ocidente em torno de seu programa de armas nucleares, enfrenta "escassez de alimentos e desnutrição alarmante".
Bourke disse que sua equipe teve excelente acesso ao país, normalmente recluso, tendo visitado 20 condados onde nunca antes tinha estado.
"Fomos a mercados, a lojas estatais. Entrevistamos famílias de maneira aleatória, visitamos escolas, jardins de infância, creches e hospitais. Coletamos muitas informações", disse.
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