A Organização das Nações Unidas (ONU) deu autorização para que os países usem "tudo o que for necessário para manter a ordem e repreender" as ações dos piratas. A resolução foi assinada em junho e é válida até 1 de dezembro de 2008.

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A intenção da ONU é acabar com as ações dos piratas principalmente perto da Somália. Segundo a organização, 65 navios foram capturados só este ano em águas somalis e os piratas já obtiveram cerca de US$ 30 milhões em resgates.

Em um relatório ao Conselho de Segurança, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou esta semana que o aumento dos atos de pirataria afetou gravemente o comércio internacional na zona e enfraqueceu o governo somali, além de aprofundar a crise humanitária no país.

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Segundo dados da Organização Marítima Internacional (OMI), que tem 172 associados, inclusive o Brasil, os piratas somalis estão com o poder de 18 navios e mais de 300 marinheiros seqüestrados.

Os piratas somalis que mantêm seqüestrado o petroleiro saudita "Sirius Star" reivindicam o pagamento de um resgate de US$ 25 milhões, informou para a agência "Efe" o diretor do Programa de Assistência Marítima (PAM), com sede no porto queniano de Mombaça, Andrew Mwangura.

Mwangura disse que as negociações já avançam entre os piratas e a Vela, empresa proprietária da embarcação e subsidiária da companhia petrolífera saudita Aramco.

Nesta quarta-feira (19), uma gravação atribuída a um dos piratas e divulgada pela televisão catariana "Al Jazira" anunciava que os seqüestradores exigiam um resgate com dinheiro e que tinham começado a negociá-lo.

O "Sirius Star", que está a 5 milhas do litoral da cidade de Eyl, em Puntlândia, no norte da Somália, tem a bordo uma tripulação composta por 25 pessoas, dois britânicos, dois poloneses, um croata, um saudita e 19 filipinos.

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Os piratas abordaram o "Sirius Star" no sábado passado, muito longe das águas de Puntlândia, no Oceano Índico, 430 milhas (800 quilômetros) ao sudeste de Mombaça e 900 milhas (1.700 quilômetros) ao sul de Eyl.

Segundo Mwangura, entre 30 e 40 piratas estariam controlando o navio, um petroleiro de 330 metros de comprimento, com peso morto de mais de 300 mil toneladas e com capacidade para 2 milhões de barris de petróleo, o maior navio capturado pelos piratas somalis desde que estes iniciaram suas atividades, em 2005.

Modo de agir

Os piratas somalis utilizam lanchas rápidas para se aproximar dos navios e abordá-los, depois ameaçam os tripulantes com armas e tomam o controle dos navios.Há ainda cúmplices em terra que utilizam equipamentos de alta tecnologia para captar comunicações e fazer o acompanhamento dos navios, para evitar ataques das embarcações da Marinha de vários países que tentam evitar as ações desses criminosos no litoral da Somália e no Golfo de Áden.

Reunião de emergência

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Os países árabes que compartilham saída para o Mar Vermelho convocaram uma reunião de emergência nesta quinta-feira (20) no Egito para encontrar uma postura comum frente às ações dos piratas.O representante da delegação iemenita, Ali Mohammed al-Ayashi, chegou ao Cairo para participar desta reunião realizada a portas fechadas, e disse que cada país fará suas propostas durante o encontro, segundo a agência egípcia "Mena".

Egito, Iêmen, Sudão, Jordânia, Arábia Saudita, Somália, Djibuti e a Liga Árabe tentarão encontrar uma postura comum para enfrentar este fenômeno que ameaça o comércio internacional, e para evitar que se estenda ao Mar Vermelho.

A reunião, segundo comentou Ayashi, tenta insistir em que a proteção do Mar Vermelho é responsabilidade dos países litorâneos.

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