Política e futebol
Torcedores da Argélia pedem por liberdade na Faixa de Gaza durante jogo contra os Estados Unidos em Pretória. Israel tem sido alvo de intensas críticas internacionais depois de ataque a flotilha de navios que levava ajuda humanitária à região dia 31 de maio, quando nove pessoas foram mortas. Ontem, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu aos ativistas que pretendem levar ajuda do Irã a Gaza no próximo domingo que levem o auxílio a Teerã, pois "é lá onde existem violações aos direitos humanos", de acordo com o jornal Haaretz. Israel afirma que o objetivo dos ativistas é quebrar o bloqueio de segurança imposto a terroristas.
O chefe da agência de refugiados das Nações Unidas para os palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) disse ontem que tem dúvidas sobre o alívio do bloqueio israelense à faixa de Gaza.
O comissário-geral, Filippo Grandi, chamou o bloqueio de "absurdo, contraproducente e ilegal" e disse que certos elementos do plano de Israel para o relaxamento da contenção militar da região não estavam claros de como seriam implantados. "Eles estão falando de itens que serão permitidos algumas vezes e em outras circunstâncias não, dependendo de para quem eles serão entregues. O plano ainda está muito complicado", disse Grandi.
"Nós vemos longas declarações de como eles irão fazer, mas o problema são os detalhes. Nós temos que ver como isso será feito e ainda não vimos nada. Queremos fatos, pois as condições na região estão muito ruins, completou o comissário.
Ele também pediu que Israel abrisse a passagem de Karni, no nordeste de Gaza, para que grandes quantidades de cimento, materiais de construção e ajuda humanitária possam entrar na região.
"Boa vontade"
Enquanto é fortemente criticado pelas proibições que impõe a Gaza, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, afirmou ontem que seu país está disposto a avançar no processo de paz e a deixar para trás as tensões das últimas semanas.
Barak fez as declarações antes de se reunir com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, com quem discutirá o bloqueio a Gaza e a retomada das conversas diretas entre israelenses e palestinos. "Estamos totalmente comprometidos a trabalhar junto com a secretária para tentar encontrar a maneira de seguir adiante com o processo de paz em Israel, e deixar de lado todas as dificuldades que surgiram nas últimas semanas", disse Barak.
Por sua parte, Hillary deu as boas-vindas a "um velho amigo", de quem destacou que, "sem dúvida, está profundamente envolvido em cada decisão importante que afeta a segurança de Israel e as perspectivas de paz".