O número de pessoas mortas no conflito na Síria chegou a "pelo menos" 93 mil pessoas, segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU.
"Infelizmente, este número é provavelmente uma cifra subestimada de vítimas. O número real de mortos poder ser muito mais elevado", afirmou em comunicado a Alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay.
O organismo realizou um estudo estatístico sobre os dados apresentados por oito fontes distintas e, após verificar minuciosamente a identidade das vítimas, elaborou uma lista de 92.901 casos documentados de pessoas que morreram na Síria desde março do 2011 a abril de 2013.
Pillay frisou que "existe uma grande probabilidade" de que um número significativo de mortes não tenham sido documentados por nenhuma das oito fontes.
A análise aponta para um aumento da média de mortes por mês. Se em meados de 2011 era de mil, em julho de 2012 a média mensal de mortos chegou a cinco mil.
"Os massacres incessantes continuam a níveis assombrosamente elevados, com mais de 5.000 mortos documentados a cada mês desde julho", acrescentou Pillay.
Este estudo é uma atualização de um relatório que em novembro de 2012 indicou que o número de mortos no conflito sírio era de 60 mil. O "pico" aconteceu entre julho e outubro do 2012, quando a média de vítimas fatais chegou a 6.000.
"Este número extremamente elevado de mortos, mês após mês, é o reflexo da deterioração do conflito durante o ano passado", explicou Pillay.
O estudo adverte que a exatidão dos dados em relação à distribuição geográfica das mortes pode estar "prejudicada" pelas fontes de informação, mas que apesar disso o cálculo é confiável.
A análise indica que a maioria das mortes ocorreu na periferia rural de Damasco (17.800), Homs (16.400), Aleppo (11.900), Idlib (10.300), Daraa (8.600), Hama (8.100), cidade de Damasco (6.400) e Deir ez-Zor (5.700).
Desde novembro do 2012, os maiores aumentos foram registrados na periferia de Damasco e Aleppo, com 6.200 e 4.800 novas mortes documentadas, respectivamente.
Cerca de 82,6% dos casos documentados foram de homens e 7,6% de mulheres.
Em 9,8% dos casos, o sexo da vítima não foi claramente estabelecido. Além disso, a idade dos mortos não pode ser verificada em três quartos dos casos.
"No entanto, a morte de pelo menos 6.561 menores, dos quais 1.729 eram crianças de menos de seis anos, foi documentada", especificou Pilay.
"Também houve casos bem identificados de crianças torturadas e executadas, mas também famílias inteiras, incluídos bebês massacrados", denunciou.
"Estes casos são uma terrível lembrança da guinada particularmente cruel que tomou o conflito", alertou.
A análise não permitiu estabelecer uma distinção clara entre combatentes e civis.
"Como indica claramente o último relatório da Comissão de Investigação da ONU sobre a Síria, os civis são os mais afetados pelos ataques generalizados, violentos e frequentemente indiscriminados que devastam zonas inteiras de grandes cidades e povos periféricos", frisou Pillay.
Alta comissária pediu "um cessar-fogo imediato" e para isso solicitou a colaboração de terceiros países com influência internacional.
"A única solução é uma solução política negociada. Tragicamente, vergonhosamente, nada permite devolver a vida das 93.000 pessoas que até agora faleceram", lamentou.
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