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Supostos órfãos são devolvidos aos pais

Folhapress

As 33 crianças que uma organização cristã norte-americana tentou retirar ilegalmente do Hai­­ti após o terremoto de 12 de janeiro estão sendo devolvidas para suas famílias, informou on­­tem a associação que agora está encarregada por elas. "Os pais vêm agora exigir a devolução de seus filhos", disse à rede NBC Heather Paul, presidente da organização SOS Children’s Village, dos Estados Unidos. "Ouvimos muitas dizerem que tinham pais", acrescentou.

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Documentado

Filme mostra Haiti antes do terremoto

No próximo domingo, o canal a cabo GNT exibe o documentário Ei, you! – O Haiti antes do Terremoto, sobre as condições sociais no Haiti um mês antes do terremoto. A produção, realizada por TVa2 Produções e Fúria Filmes, foi gravada em dezembro, durante passagem das equipes pelo país.

A equipe de produção viajou ao Haiti com o objetivo de realizar, com o apoio do exército brasileiro, um documentário sobre a participação dos fuzileiros navais na Missão das Nações Unidas para a Pacificação do Haiti (Minustah), e aproveitaram para colher material adicional sobre o país. Devido ao terremoto, a finalização deste segundo filme foi adiantada.

"O documentário mostra que a necessidade de auxiliar o Haiti já existia antes de acontecer o terremoto", afirma a cientista política Sabrina Medeiros, pesquisadora da Marinha e integrante da equipe de produção. "A Minustah preparava o caminha para as eleições e a retirada das tropas. Agora tudo voltou à estaca zero", avalia.

Serviço: Ei, you! – O Haiti antes do terremoto. Dia 07 (domingo), às 0h30, no GNT

Além das ações emergenciais, o Haiti começa a receber iniciativas com o objetivo de restabelecer a normalidade do país. O projeto "Haiti Cash-for-Work" (di­­nheiro por trabalho no Haiti, em tradução livre), do Programa das Nações Unidas para o Desenvol­­vimento (Pnud), é coordenado por uma brasileira e emprega no momento 32 mil haitianos nos tra­­balhos de remoção de entulho e limpeza das ruas. Os trabalhadores recebem um salário equivalente a US$ 4,50 ao dia por uma jornada de seis horas de trabalho. O valor equivale ao salário mínimo do país e representa mais que o dobro da renda de 76% da po­­pulação.

Desde a implantação do projeto, seis dias após o terremoto, a quantidade de vagas praticamente dobrou, e a expectativa da ONU é que este número continue au­­mentando até alcançar 100 mil contratações. Os postos de trabalho são temporários, com revezamento a cada 15 dias.

Os critérios de seleção privi­­le­­giam a contratação de desabri­­gados e de, no máximo, uma pes­­­­soa por família. "Queremos in­­cluir o maior número de pessoas possível no programa", explica à Gaze­­ta do Povo a mineira Eliana Ni­­colini, coordenadora do Haiti Cash-for-Work.

Funcionária da ONU no Haiti há quatro anos, Eliana coordenava um projeto de reciclagem de lixo no bairro de Carrefour Feuil­­les. Ali começou o Haiti Cash-for-Work, com a contratação dos primeiros 700 trabalhadores. Hoje, há 3,3 mil moradores do bairro inseridos no programa. "Queremos ajudar os haitianos a ter um poder mínimo de compra, algo com que eles possam se apoiar nesse momento de catástrofe", defende Eliana. "Podemos sentir que o Haiti está começando a se levantar economicamente. Parte do comércio funciona normalmente. Eu sei que é pouco para amenizar a dor mas, en­­quanto retiram os escombros, os haitianos estão trabalhando para levantar o moral do país."

Os organizadores tentam equi­­librar a proporção entre ho­­mens e mulheres contratados. As mulheres recebem tarefas "mais leves", como garimpar, entre os escombros, materiais que ainda possam ser usados. Marialice Pierre, moradora de Carrefour Feuilles, se tornou supervisora do projeto no bairro. Ela cuida para que os recursos sejam destinados apropriadamente naquela comunidade. "O dinheiro do programa de trabalho não está apenas colocando comida em nossas mesas, mas também esperança em nossos corações", disse ela à assessoria de comunicação do Pnud.

Dificuldades

Uma das preocupações da ONU é o risco de que parte do dinheiro destinado aos pagamentos seja desviado. Para que isto não ocorra, as Nações Unidas firmaram parcerias com líderes comunitários, que passaram a integrar o gerenciamento do programa. "A comunidade não vai querer destruir algo feito para seu próprio benefício", entende Eliana.

A verba para pagar os trabalhadores veio inicialmente de um fundo das Nações Unidas destinado ao Haiti. Países como Itá­­lia, Japão, Noruega e Espanha, além de emergentes como Brasil, China e República Democrática do Congo já doaram US$ 6,1 mi­­lhões ao programa e prometeram destinar mais US$ 13, 2 milhões.

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