O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou e aprovou por unanimidade o envio de mais dois mil soldados da força de paz para a Costa do Marfim, onde o presidente Laurent Gbagbo recusa-se a deixar o cargo após ter perdido as eleições para o oposicionista Alassane Ouattara, internacionalmente reconhecido como vencedor. Desde então, a Costa do Marfim tem assistido ao crescimento da violência. As tropas da ONU serão enviadas até junho e aumentarão a força da organização no país para 12 mil soldados.
O enviado da União Africana (UA), Raila Odinga, que também é primeiro-ministro do Quênia, disse hoje que, após dois dias de reuniões, não conseguiu convencer Gbagbo a deixar o cargo. "Eu lamento anunciar que o final do impasse que era necessário não se materializou", disse Odinga em comunicado. Ele afirmou que Gbagbo não cumpriu a promessa de levantar o bloqueio que seus partidários fizeram ao hotel onde Ouattara está entrincheirado desde o ano passado em Abidjã, protegido por soldados da ONU. "Gbagbo me garantiu que esse bloqueio seria levantado ontem, mas ele quebrou a promessa, pela segunda vez em duas semanas", lembrou Odinga.
Hoje, o Conselho de Segurança da ONU também estendeu o envio temporário de 400 soldados e 100 policiais até 30 de junho. O Conselho informou ainda que três companhias de infantaria e duas unidades de helicópteros da Libéria deverão ficar na Costa do Marfim por quatro semanas a mais, além de autorizar a transferência de mais três helicópteros com metralhadoras liberianos.
A ONU informa que mais de 200 pessoas foram mortas na violência pós-eleitoral na Costa do Marfim, iniciada em novembro do ano passado. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, na sigla em inglês) ameaçou uma intervenção militar se Gbagbo não deixar o cargo. A Costa do marfim, que faz parte da Ecowas, foi suspensa da organização no fim do ano passado. "O prazo para uma solução pacífica está chegando ao fim", disse Odinga. "Além disso, a janela para uma oportunidade de anistia continuará a se fechar se os partidários de Gbagbo continuarem a cometer crimes contra civis e soldados da ONU", acrescentou. As informações são da Associated Press.