Genebra Depois de três dias de intensas negociações, o Conselho de Direitos Humanos da ONU conseguiu aprovar por consenso uma resolução enviando uma missão de especialistas para avaliar a crise na região de Darfur, no Sudão, onde 200 mil pessoas já teriam morrido desde 2003. Diante de uma oposição de países africanos, árabes, China, Cuba e Brasil, o documento não critica o governo do Sudão e nem fala de responsabilidades.
O acordo acabou evitando que os países tivessem de votar entre uma proposta dos países ocidentais e uma africana, mais favorável ao governo do Sudão. O consenso ainda acabou salvando governos como o do Brasil de uma saia justa. Brasília evitava apoiar a proposta dos países ocidentais e qualquer condenação ao governo do Sudão, apesar das indicações da ONU de que Cartum estaria envolvido no massacre.
Pela proposta aprovada ontem, cinco especialistas serão enviados à região para investigar a situação e para propor medidas. Os especialistas, porém, somente anunciarão o resultado de sua missão em março, o que gerou duras críticas por parte de ativistas que alegam que 40 mil pessoas estão sendo obrigadas a deixarem suas casas todas as semanas por causa do conflito.
O Brasil, que admitia a necessidade de uma "certa politização", chegou a sugerir uma solução híbrida, com especialistas da ONU e personalidades políticas. A proposta foi deixada de lado.
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