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A Guatemala substituirá o Brasil e pela primeira vez será membro temporário do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para o qual também foram escolhidos Marrocos, Paquistão, Togo e Eslovênia.

O presidente da Assembleia Geral da ONU, o diplomata catariano Nassir Abdulaziz al Nasser, disse nesta sexta-feira (21) que a candidatura da Guatemala - sem a concorrência de nenhum outro país da região - obteve 191 votos favoráveis, nenhum contra e duas abstenções, do total de 193 países que votaram.

A Guatemala substituirá a partir do dia 1º janeiro de 2012 o Brasil, que conclui seu mandato no próximo dia 31 de dezembro e que já fez parte do principal órgão de decisões das Nações Unidas em dez ocasiões e defende uma reforma para se tornar um dos membros permanentes.

"É um momento muito especial e histórico", afirmou o chanceler guatemalteco, Haroldo Rodas, destacando que estar no Conselho e obter o respaldo majoritário dos países da ONU, "é um triunfo do presidente Álvaro Colom, do Ministério das Relações Exteriores e da delegação do país nas Nações Unidas".

Rodas ressaltou que seu país é um dos fundadores das Nações Unidas e que "sempre participou de todos seus esforços e esteve interessado na resolução pacífica dos problemas no mundo e na América Central".

Além disso, frisou que a Guatemala "se pronunciará nas próximas semanas" sobre um dos assuntos que domina a agenda do Conselho: a solicitação da Autoridade Nacional Palestina para se tornar o 194º Estado da ONU.

De acordo com Rodas, a Guatemala defende "uma solução pacífica e negociada entre israelenses e palestinos, e apoia a criação de dois Estados" que possam viver em paz e segurança um ao lado do outro.

O país centro-americano compartilhará com a Colômbia durante o próximo ano as cadeiras do Grupo de Países Latino-Americanos e do Caribe (Grulac), dois assentos de membros temporários do Conselho, integrado por 15 países, dos quais cinco (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) são permanentes e com direito de veto.

Na votação de hoje também foram escolhidos Marrocos (151 votos a favor) e Paquistão (129 votos favoráveis) para se sentarem como membros temporários do principal órgão de decisões da ONU, pelos grupos da África e da Ásia-Pacífico, respectivamente.

Esse resultado foi considerado uma grande vitória pela delegação marroquina, liderada por seu ministro de Exteriores, Taib Fasi Fihri, que declarou que "Marrocos defenderá os interesses vitais da África no Conselho".

Marrocos, que já foi parte do Conselho nos períodos 1963-1964 e 1992-1993, agradeceu aos países africanos e árabes que "tenham renovado sua confiança e apoiado" sua candidatura, e que para isso teve a seu favor a "estabilidade" e a "evolução democrática e do progresso social" no país.

A candidatura marroquina tinha sido criticada pela Frente Polisário, cujos representantes consideram que sua presença no Conselho pode representar um conflito de interesses, uma vez que é um órgão que tem em sua agenda de trabalho a resolução do conflito do Saara Ocidental, do qual fazem parte.

"O Marrocos também fez parte do Conselho de Segurança há vinte anos e já existia a situação do Saara Ocidental", considerou Fihri, acrescentando que seu país "estará à altura do desafio".

Após três votações sem conseguir a maioria necessária de dois terços, Togo reuniu 131 votos e se tornou o outro país africano que estará no Conselho para o próximo biênio, enquanto a Eslovênia necessitou de quatro rodadas para conseguir 99 apoios (maioria simples) e ser a representante da Europa oriental.

A Assembleia Geral renova a cada ano cinco dos dez postos não-permanentes do Conselho, que se dividem por regiões geográficas entre Europa Ocidental e Outros, Europa Oriental, África, Ásia, e América Latina e Caribe.

A partir de 2011, o principal órgão de decisões da ONU será formado pelos cinco membros permanentes mais Colômbia, Alemanha, Índia, Portugal e África do Sul (cujos mandatos concluem no final de 2012) e os recém-escolhidos Guatemala, Marrocos, Paquistão, Togo e Eslovênia até o final 2013.

Os escolhidos nesta sexta-feira substituirão, além do Brasil, Bósnia-Herzegovina, Gabão, Líbano e Nigéria.

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