Sob o impacto de manifestações que reuniram mais de 300 mil pessoas nas ruas de Nova York no último domingo, líderes de 125 países devem se encontrar hoje na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Cúpula do Clima, evento que tentará gerar disposição política global para a adoção de novos compromissos de redução de emissões de gases que provocam efeito estufa.
Caso os 125 chefes de Estado e governo que confirmaram presença comparecerem à cúpula, o encontro será o maior já realizado com líderes mundiais para discutir o aquecimento global, segundo estimativa da ONU. Mas nenhum acordo ou anúncio coletivo é esperado.
A Cúpula do Clima é um evento político paralelo às negociações sobre mudança climática, que terão um capítulo decisivo em Paris em dezembro de 2015, quando devem ser aprovadas novas metas de corte de emissões.
O objetivo do encontro da ONU é dar visibilidade a medidas que estão sendo adotadas pelos países para combater o aquecimento global e impulsionar as negociações difíceis .
Divergências sobre a responsabilidade de países desenvolvidos e em desenvolvimento estão na origem dos obstáculos que dificultam a obtenção de um acordo para o enfrentamento do aquecimento global.
A presidente Dilma Rousseff só confirmou ontem sua participação no evento (leia mais nesta página), que terá a presença do presidente americano, Barack Obama. Apesar de numerosa, a cúpula terá ausências marcantes. Maior emissor de gases que provocam efeito estufa, a China não será representada pelo presidente Xi Jinping, mas pelo vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli. Os líderes de Índia, Canadá e Austrália também faltarão.
O evento foi convocado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que no domingo estava entre as cerca de 300 mil pessoas que marcharam pelas ruas de Nova York acompanhado do ator Leonardo DiCaprio, embaixador das Nações Unidas para questões climáticas com o objetivo de exigir compromissos de governos de todo o mundo para enfrentar a mudança climática.
Os países têm até março do próximo ano para apresentar suas propostas de redução de emissão de gases que provocam efeito estufa. Mas existe a expectativa na ONU de que algumas nações usem a cúpula para anunciar medidas de combate à mudança climática e indicar disposição de fazer concessões durante as negociações dos próximos 15 meses.