A chefe de assuntos humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Valerie Amos, culpou o governo da Síria e a oposição por falharem em proteger os civis e disse que uma resolução do Conselho de Segurança da ONU ajudaria a garantir a entrega da ajuda a milhões de pessoas encurraladas pela luta.
Amos disse a repórteres ter pedido aos membros do conselho para "fazerem tudo que podem para usar sua influência" nos dois lados de modo a garantir pausas humanitárias e cessar-fogo, além de acesso regular para trabalhadores e compromissos por escrito de seguir as leis internacionais.
"É inaceitável que a lei humanitária internacional continue a ser consistentemente e flagrantemente violada por todas as partes do conflito", disse. "Nós entendemos que uma guerra está acontecendo, mas até guerras têm regras", afirmou.
Até mesmo o Conselho de Segurança começou a lutar por resoluções rivais para resolver a crise humanitária na Síria. Uma proposta formulada pelo Ocidente e apoiada pelos árabes impõe sanções se a exigência por acesso irrestrito à ajuda humanitária não for concedido em 15 dias, mas uma resolução da Rússia não faz menção a qualquer sanção.
A Rússia e a China, que apoiam o governo sírio, já bloquearam três resoluções do Ocidente, as quais teriam pressionado o presidente Bashar Assad a encerrar a guerra civil de três anos.
O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, disse a repórteres que as discussões para unificar as resoluções já começaram. "Espero que dessa vez isso será um sucesso", disse. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power, disse que uma resolução deve se valer de pressões para maximizar a probabilidade de "consequências significativas" em terra.
Amos também afirmou que há um acordo verbal para estender o raro cessar-fogo que entrou em vigor na última sexta-feira em Homs, a terceira maior cidade da Síria, mas que isso ainda precisa ser transformado em texto.
A chefe de assuntos humanitários da ONU também disse que Homs não pode servir de modelo, uma vez que 1.400 pessoas foram retiradas, mas cerca de 250 mil permanecem em comunidades cercadas. Ela também disse que 2.500 pessoas receberam alimentos e remédios, mas mais de 3 milhões estão em áreas de difícil alcance e que não conseguem ajuda. "Nós não podemos esperar mais 14 meses para alcançar mais 1.400 pessoas. Há milhões de pessoas em terrível necessidade na Síria." Fonte: Associated Press.
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