O governo da Líbia deve parar imediatamente as operações militares contra a oposição, afirmou hoje o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Ele também acrescentou que o governo do líbio Muamar Kadafi deve responder às acusações sobre abusos contra os direitos humanos cometidos nas últimas semanas.
Em entrevista à imprensa após reunião com o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero, Ban ainda informou que um enviado da ONU pode retornar à Líbia nos próximos dias, após alguns dias de ausência.
Ontem à noite, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução autorizando "todas as medidas necessárias" para proteger os civis na Líbia, incluindo a imposição de uma zona de exclusão aérea. O Conselho de Segurança descartou, porém, uma invasão por terra no país dividido entre forças da oposição e de Kadafi.
Hoje, o ministro das Relações Exteriores líbio, Musa Kusa, disse que o governo ordenou um imediato cessar-fogo, por causa da resolução da ONU. Falando em Trípoli, Kusa disse que a Líbia iria "responder positivamente" à resolução, interrompendo as operações militares. Segundo o ministro, porém, aspectos da resolução violavam a soberania nacional da Líbia.
UE e Otan
Zapatero disse que a Espanha contribuirá com navios e aviões para as operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a fim de que a resolução da ONU seja cumprida. Também permitirá que forças dos Estados Unidos usem duas bases militares no território espanhol.
Zapatero disse que pretende participar da reunião sobre a Líbia em Paris, marcada para amanhã. No encontro estarão representados a União Europeia UE), a Liga Árabe e a União Africana. Ban e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, estarão presentes.
A União Europeia informou que também está analisando os detalhes do anúncio do cessar-fogo imediato realizado hoje pela Líbia, disse a chefe das Relações Exteriores do bloco europeu, Catherine Ashton. "A visão universal é que Kadafi deve partir", afirmou, renovando os pedidos pela renúncia do governante líbio. Ashton disse que estará na reunião de amanhã, em Paris para discutir uma possível ação na Líbia.
Hoje também, um funcionário da Otan informou que os membros da aliança concordaram em acelerar o planejamento para uma possível ação militar na Líbia. Segundo a fonte, porém, a aliança ainda precisa decidir se intervirá no conflito.
"Os embaixadores (das 28 nações da Otan) concordaram em acelerar o planejamento militar", disse a fonte, que pediu anonimato. Segundo o funcionário, haverá reuniões nos próximos dias para tentar concluir esse processo.
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