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Islamabad (EFE) — A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu mais helicópteros, água, tendas de campanha e fundos para contornar a situação desesperadora que atinge o Paquistão, onde "se perde a batalha contra o tempo", e previu que a recuperação do país levará anos. "Estamos perdendo a batalha contra o tempo nos pequenos povoados", e "precisamos triplicar o número de helicópteros, além de mais água e mais dinheiro", avaliou Jan Egeland, subsecretário para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.

Egeland visitou ontem algumas áreas atingidas pelo terremoto que abalou a região no sábado, como Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa, para acompanhar os trabalhos de resgate. "Nunca vi uma devastação semelhante. Estamos trabalhando há seis dias e, cada vez mais, a escala da devastação é maior", comentou.

"A situação é desesperadora. Embora tenhamos feito progressos nas áreas mais povoadas, é muito difícil ter o acesso às localidades montanhosas", afirmou o alto representante da ONU. Equipes de resgate paquistanesas trabalham contra o relógio para buscar mais sobreviventes do terremoto de 7,6 graus na escala Richter, que provocou a morte de pelo menos 25 mil pessoas no país, segundo números oficiais. Extraoficialmente, o Paquistão já fala em mais de 40 mil mortes.

Além da dificuldade que as equipes de assistência têm para chegar aos locais mais remotos e da insuficiência de recursos para os sobreviventes, um outro tremor, de 5,6 graus na escala Richter, que atingiu o Paquistão na quarta-feira, apavorou pessoas e prejudicou os trabalhos de resgate. Em Muzaffarabad, socorristas que tentavam resgatar uma mulher de 22 anos presa em escombros tiveram de interromper o trabalho em razão do tremor secundário. Quando voltaram ao local, a mulher havia morrido.

A Cruz Vermelha informou que a destruição nos dois vales próximos a Muzaffarabad pode ser maior do que a ocorrida na própria cidade, que teve 70% de suas edificações destruídos. Os esforços para socorrer os sobreviventes ao terremoto envolveram até um médico que há alguns anos cuidou do terrorista Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda. O médico paquistanês Amer Aziz está trabalhando num dos hospitais improvisados em Muzaffarabad. Aziz, um cirurgião ortopedista treinado no Reino Unido, foi detido depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos, suspeito de ligação com terroristas, mas foi libertado posteriormente.

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