• Carregando...

Diplomatas da ONU minimizaram nesta segunda-feira o apelo de Osama bin Laden para que os muçulmanos combatam os ocidentais em Darfur. A entidade mundial prometeu levar adiante seus planos de enviar uma força de paz à turbulenta região sudanesa.

- Os comentários feitos por esse sujeito são sempre, sempre negativos. Não deveríamos nos influenciar por qualquer comentário que ele fizer - disse o embaixador chinês na ONU, Wang Guangya, presidente do Conselho de Segurança em abril.

O embaixador dos EUA, John Bolton, disse que o discurso "é uma marca do desespero de Bin Laden e certamente não afetará o nosso planejamento."

Em gravação de áudio transmitida pela TV Al Jazeera, Bin Laden diz que Estados Unidos e Grã-Bretanha, com suas proposta de enviar uma força da ONU a Darfur, estão tentando desmembrar o Sudão. Ele conclamou seus seguidores a se erguerem contra essas forças ocidentais.

"Convoco os mujahideen combatentes da 'guerra santa' e seus seguidores no Sudão e na península Arábica a prepararem tudo o que for necessário para travarem uma guerra de longo prazo contra os cruzados no oeste do Sudão", disse Bin Laden.

Ele chamou a ONU de "órgão infiel" e de "ferramenta para implementar as resoluções cruzado-sionistas", entre as quais estaria a de dividir e ocupar as terras muçulmanas.

O governo sudanês, que abrigou Bin Laden na década de 1990, antes de expulsá-lo, resiste à pressão da ONU para que haja forças mundiais em Darfur ainda neste ano. Essa missão substituiria o atual contingente da União Africana, que, sem verbas, não consegue conter a violência e proteger os civis da região.

O combate em Darfur opõe muçulmanos a muçulmanos. Começou em 2003, quando tribos não-árabes se ergueram contra o governo, acusando-o de negligência.

Cartum retaliou armando a milícia árabe Janjaweed, que comete estupros, homicídios, incêndios e saques. Mais de 2 milhões de pessoas fugiram das suas casas para precários campos de refugiados em Darfur e no vizinho Chade. O governo sudanês nega qualquer responsabilidade.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, disse que a entidade não vê necessidade de responder a Bin Laden, mas que fará de tudo para garantir a segurança de seus funcionários no Sudão.

- O povo de Darfur claramente precisa de proteção e de assistência humanitária, e os esforços da comunidade internacional estão voltados para isso - afirmou.

Cerca de 250 funcionários estrangeiros da ONU estão atualmente em Darfur, todos civis. O planejamento da força de paz ocorre principalmente em Nova York, pois na semana passada o Sudão recusou vistos a uma missão de planejamento militar da ONU.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]