Crítica
Sarkozy chama Netanyahu de "mentiroso"
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu é um "mentiroso", afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em uma conversa privada com o colega norte-americano Barack Obama, na quarta-feira da semana passada em Cannes, informa o site Arrêt sur Images.
Nem Israel nem a presidência francesa reagiram por enquanto à publicação dessa conversa confirmada à AFP por vários jornalistas que testemunharam o diálogo entre os dois presidentes. A Casa Branca evitou responder perguntas sobre o assunto.
"Não posso vê-lo mais, é um mentiroso", afirmou Sarkozy a Obama, segundo o site especializado em meios de comunicação. "Você está cansado dele, eu tenho que lidar com ele todos os dias", teria respondido Obama, segundo o site, que não informa se existe uma gravação do diálogo, que vazou por problemas técnicos no sistema de tradução simultânea.
A organização do evento entregou antes do tempo aos jornalistas os aparelhos que permitiam ouvir a tradução simultânea durante um encontro de Obama e Sarkozy com a imprensa. Na mesma conversa, Obama teria criticado Sarkozy por não ter informado que a França apoiaria o reconhecimento da Palestina como Estado na Unesco.
AFP
Um relatório preliminar feito por um importante comitê do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), obtido ontem pela Reuters, declarou que os membros podem não chegar a um consenso sobre se a Palestina deve ser aceita como Estado membro da ONU.
"O comitê foi incapaz de fazer uma recomendação unânime ao Conselho de Segurança", afirmou o relatório preliminar feito pela entidade que cuida da admissão de novos Estados membros. O documento foi enviado ontem a todos os 15 membros do Conselho de Segurança.
Impasse
A minuta de quatro páginas parece confirmar que a iniciativa palestina para se unir ao organismo mundial como membro pleno deve fracassar em razão do impasse insolúvel do conselho.
Diplomatas ocidentais disseram que a solicitação estava condenada desde o início em razão da promessa dos Estados Unidos de vetá-la caso ela fosse a votação no conselho. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, inscreveu o Estado da Palestina para a condição de membro pleno da ONU em 23 de setembro.
Os palestinos ainda podem pedir a votação no Conselho de Segurança, mas diplomatas afirmam que não está claro se isso acontecerá, dado que Washington provavelmente não precisará usar seu poder de veto para bloqueá-la.
9 de 15
Uma resolução do conselho precisa de nove votos favoráveis e nenhum veto para ser aprovada. Caso os palestinos fossem capazes de conseguir nove votos de apoio no conselho (formado por 15 países), eles teriam uma vitória moral e forçariam Washington a usar o poder veto.
Diplomatas da ONU, porém, afirmam que os palestinos até agora conseguiram apenas oito votos. A minuta detalha como o conselho está dividido em três grupos: os que planejam apoiar a candidatura palestina, os que se opõem a ela e os que planejam se abster de qualquer votação. O texto não identifica os países.
O relatório preliminar pode ainda ser revisado antes de ser formalmente apresentado ao Conselho de Segurança na sexta-feira, disseram diplomatas sob a condição de anonimato.