O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) indicou uma equipe de especialistas internacionais nesta sexta-feira para investigar a operação israelense em uma flotilha de ajuda humanitária que ia para Gaza e pediu para que todas as partes cooperassem.
Integram a equipe três especialistas independentes -- Sir Desmond de Silva (Grã-Bretanha), Karl Hudson-Phillips (Trinidad e Tobago) e Mary Shanthi Dairiam (Malásia), informou um comunicado da ONU.
O conselho de 47 países votou pela abertura de um inquérito independente em 2 de junho para investigar o que chamou de violações da lei internacional no ataque de um comando de Israel em maio, no qual nove ativistas turcos pró-palestinos morreram.
"A expertise, a independência e a imparcialidade dos membros da missão estarão devotadas a esclarecer os acontecimentos ocorridos naquele dia e a legalidade deles", afirmou o embaixador da Tailândia Sihasak Phuangketkeow, atual presidente do conselho.
"Pedimos que as partes cooperem totalmente com a missão e esperamos que essa missão contribua para a paz na região e para a Justiça às vítimas", disse ele.
A Marinha israelense invadiu a flotilha em 31 de maio, matando oito turcos e um turco-americano a bordo de uma embarcação turca.
Israel afirmou que seus comandos agiram em autodefesa e rejeitou os pedidos para um inquérito internacional sobre a operação.
Mas Paquistão e Sudão lideraram uma iniciativa dos países muçulmanos no conselho de direitos humanos da ONU, onde têm maioria, para condenar a operação como ultrajante e exigir "inquéritos independentes verossímeis."
A equipe da ONU deve viajar para Israel, Turquia e Gaza em agosto a fim de entrevistar testemunhas e coletar informações antes de reportar ao conselho em setembro. O conselho abrirá uma sessão de três semanas em Genebra no dia 12 de setembro.
Não estava claro se Israel iria cooperar e permitir a visita da equipe, de acordo com fontes da ONU.
Um inquérito militar israelense divulgado em 12 de julho encontrou erros operacionais e de inteligência na operação, mas defendeu o uso da força.