A ONU alertou nesta terça-feira (26) para o recente aumento dos confrontos armados na Síria e pediu à comunidade internacional que preste mais atenção à guerra no país árabe, que foi ofuscada pelo conflito na Ucrânia. Nas últimas semanas, as Forças Armadas russas intensificaram os bombardeios na Síria, onde intervêm em apoio ao governo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, enquanto ataques de tropas turcas foram registrados em áreas de maioria curda em meio a uma escalada de violência no norte do país.
"A Síria é um conflito quente, não congelado", advertiu o enviado das Nações Unidas, Geir Pedersen. Em um breve pronunciamento por vídeo perante o Conselho de Segurança, Pedersen destacou que os bombardeios aéreos aumentaram recentemente no noroeste do país, os confrontos no nordeste se intensificaram e as trocas de tiros nas linhas de frente continuam, assim como os ataques terroristas.
"O atual bloqueio estratégico no terreno e a ausência da Síria nas manchetes não devem levar ninguém a pensar que o conflito precisa de menos atenção ou menos recursos ou que uma solução política não é urgente", reiterou Pedersen.
Nesse sentido, o diplomata anunciou que enviou, na terça-feira, convites para uma oitava rodada de reuniões do comitê constitucional sírio, órgão composto por representantes do governo e da oposição que pretende chegar a um acordo sobre uma reforma da Constituição sob mediação da ONU. A próxima reunião será realizada entre 28 de maio e 3 de junho em Genebra, após a última sessão ter acontecido no fim de março com poucos avanços.
As Nações Unidas veem essa negociação constitucional como um pilar fundamental para conseguir um acordo político na Síria depois de mais de uma década de guerra. Pedersen, mais uma vez, frisou que o conflito sírio - com exércitos de cinco países no terreno - representa riscos significativos para a segurança internacional.
Nesse sentido, destacou que apenas no último mês houve ataques à Síria atribuídos a Israel, ataques de drones supostamente realizados pela Turquia, bombardeios em várias áreas com suposta responsabilidade da Rússia e lançamentos de projéteis cujos indícios apontam autoria de milícias ligadas ao Irã contra tropas dos EUA.
"Estou preocupado que qualquer um desses pontos quentes possa ser ainda mais exacerbado pelo aumento das tensões geopolíticas fora da Síria", comentou o enviado da ONU. Pedersen lembrou ainda que o país continua sendo palco de uma das maiores crises humanitárias do mundo, com milhões de deslocados e sofrimento constante para muitos sírios.
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