O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em reunião presidida por Barack Obama, aprovou unanimemente nesta quinta-feira (24) uma resolução que ambiciona um mundo sem armas nucleares.
A resolução também pediu o fim da proliferação de armas atômicas, mas sem nomear o Irã ou a Coreia do Norte, que o Ocidente vê como as maiores ameaças nucleares.
Entretanto, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, clamaram por sanções mais duras contra o Irã por desafiar as exigências da ONU de interrupção de suas atividades nucleares.
Obama presidiu o encontro de duas horas no quartel-general da ONU em Manhattan, a quinta vez em que o conselho reuniu chefes de Estado e a primeira em que foi encabeçado por um presidente norte-americano desde sua criação em 1946.
"Solicitei esta reunião para que possamos discutir no mais alto nível uma ameaça fundamental à segurança de todos os povos e todas as nações - a disseminação e o uso de armas nucleares", disse Obama.
O mandatário disse que o próximo ano será "absolutamente crítico" para determinar se os esforços para interromper a disseminação e o uso de armas nucleares foi bem sucedido.
A resolução esboçada pelos EUA pediu "maiores esforços na esfera do desarmamento nuclear" para alcançar "um mundo sem armas nucleares" e exortou todos os países que não assinaram o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) de 1970 a fazê-lo.
Críticos da resolução disseram que ela não incluiu termos que exigiriam de Estados detentores de armas nucleares que tomem medidas concretas para o desarmamento.
O presidente chinês, Hu Jintao, deixou claro que Pequim não planeja se desfazer de seu arsenal nuclear.
"Vamos manter nossa capacidade nuclear no nível mínimo exigido para a segurança nacional, e nos esforçar para levar adiante o processo de desarmamento global", disse Hu.
Alguns diplomatas norte-americanos disseram que as potências nucleares estão mais interessadas na não-proliferação do que no desarmamento.
Já Mohamed ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU e prêmio Nobel da Paz, disse que a não-proliferação e o desarmamento estão intimamente ligados.
"Ao demonstrar seu compromisso irreversível com um mundo livre de armas nucleares, os Estados que as possuem ganham autoridade moral para solicitar ao resto do mundo que contenha a proliferação dessas armas desumanas", disse ele.