Genebra A ONU criticou o tribunal iraquiano e pediu que as novas execuções de ex-líderes do regime de Saddam Hussein sejam interrompidas. Ontem, a alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Louis Arbour, telefonou ao presidente do Iraque, Jalal Tababani, apelando para que as execuções como a de Saddam, duas delas previstas para hoje, não voltem a ocorrer e que as sentenças anunciadas pelo Tribunal Iraquiano não sejam cumpridas. Já o relator da ONU contra execuções sumárias, Philip Alston, acusou o Iraque de estar repetindo as práticas existentes no próprio regime de Saddam e de transformar a execução em um "espetáculo público".
"De acordo com o direito internacional, a imposição da pena de morte só é permitida como uma medida excepcional e dentro de restrições legais rigorosas", afirmou Arbour. Dois dias antes do enforcamento de Saddam, a representante da ONU fez um apelo semelhante.
No entanto, segundo as leis do tribunal, nem mesmo o presidente iraquiano tem o direito de interromper o processo com a concessão do perdão. Para a ONU, o Tribunal Iraquiano não está de acordo com o direito internacional.