O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou nesta quarta-feira uma enérgica condenação ao teste nuclear da Coreia do Norte e convocou Pyongyang a deter seu programa nuclear.
“Condeno de forma inequívoca (o teste). E peço à RPDC (Coreia do Norte) que cesse qualquer outra atividade nuclear”, declarou Ban aos jornalistas antes de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para abordar o tema.
A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira ter realizado com êxito seu primeiro teste com uma bomba de hidrogênio, muito mais potente que a bomba atômica, mostrando que o regime mantém ativo seu programa nuclear, apesar da proibição da comunidade internacional.
Ban disse que o teste nuclear subterrâneo era “profundamente inquietante” e “profundamente desestabilizador para a segurança regional”. Destacou ainda que o teste era uma violação de muitas resoluções do Conselho de Segurança que proíbem Pyongyang de se envolver em atividades nucleares.
Três testes anteriores, em 2006, 2009 e 2013 provocaram ondas de sanções da ONU.
Reações
O teste nuclear com bomba de hidrogênio “mina a segurança regional e internacional”, afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em um comunicado. Ao longo do dia, várias entidades se pronunciaram condenando a ação -- ainda desacreditada por alguns especialistas --do país asiático.
A União Europeia (UE) considerou uma grave violação das resoluções da ONU e uma ameaça à paz.“Se for confirmada, esta ação representará uma grave violação das obrigações expressadas em inúmeras resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma ameaça à paz”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, também exigiu que Pyongyang “respeite a totalidade das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unida e da AIEA”.
Países como Reino Unido, França, China, Japão e Austrália também condenaram a ação da Coreia do Norte.
Ceticismo
O anúncio da Coreia do Norte de que detonou com êxito uma bomba de hidrogênio em miniatura deixou céticos os especialistas, que afirmam que a atividade sísmica registrada após a explosão indica que foi utilizado um artefato muito menos potente.
Segundo Crispin Rovere, um especialista em política nuclear e controle de armamentos baseado na Austrália, o terremoto de uma magnitude de 5,1 detectado nas instalações norte-coreanas de Punggye-ri é muito pequeno para uma bomba como a que Pyongyang anunciou.
“Os dados sísmicos que recebemos indicam que a explosão está provavelmente abaixo do que se poderia esperar do teste de uma bomba-H”, disse Rovere à AFP. “Parece como se tivessem realizado com êxito o teste nuclear, mas sem completar a segunda fase, a da explosão de hidrogênio”, acrescentou.
O anúncio do teste da bomba de hidrogênio chega dois dias antes do aniversário de Kim Jong-Un. Os analistas acreditam que o líder norte-coreano queria obter uma grande conquista antes do congresso do Partido, o primeiro deste tipo em 35 anos, previsto para o mês de maio.
“Não acredito que tenha sido um teste de bomba de hidrogênio. A explosão deveria ter sido maior se fosse o caso”, reagiu Choi Kang, vice-presidente do Instituto Asan de Estudos Políticos de Seul.
As bombas termonucleares usam a fusão de dois núcleos atômicos para gerar uma reação em cadeia e provocar uma explosão muito mais potente que a obtida por fissão.
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