A Alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse nesta terça-feira (5) que Israel deve assumir suas responsabilidades pelas "crescentes evidências de crimes de guerra" cometidos pelo exército israelense em Gaza.
Em um comunicado, Pillay destacou "a necessidade agora mais do que nunca para que se assumam responsabilidade pelas crescentes evidências de crimes de guerra e um número nunca visto de vítimas civis, incluindo crianças".
Pillay condenou o bombardeio de uma escola da ONU em 30 de julho por parte do exército israelense, assim como outros ataques a colégios, hospitais, templos religiosos e infraestrutura vital como usinas elétricas em Gaza.
"Seis escolas da ONU foram atacadas. Os bombardeios de escolas da ONU, que causaram a morte de mulheres e crianças assustadas e homens civis, incluindo funcionários das Nações Unidas, que buscavam refúgio do conflito e de atos horrorosos podem ser considerados crimes de guerra", disse Pillay.
"Se os civis não podem se refugiar em escolas da ONU, onde podem estar a salvo? Abandonam suas casas para se salvar e são atacados onde se refugiaram. Esta é uma situação grotesca", acrescentou a Alta comissária.
Pillay lembrou que a lei internacional estabelece que os funcionários e as instalações humanitárias, como as escolas da ONU em Gaza, devem ser respeitadas e protegidas.
Pillay salientou o número de vítimas palestinas - que já chegam a mais de 1.800 pessoas - e disse que este dado não reflete a realidade da tragédia humana em Gaza.
"O que estamos vendo é o assassinato de famílias inteiras, de crianças que brincam nas ruas ou que estão tentando buscar refúgio", criticou.
Pillay também reiterou sua condenação ao "indiscriminado lançamento de foguetes" em direção a Israel por parte de grupos armados de Gaza, lembrou que esse ato constitui um crime de guerra e lamentou a morte de três civis israelenses.
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