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Nova Iorque – O governo dos Estados Unidos defende a imposição de sanções à Coréia do Norte, independentemente da confirmação por especialistas de inteligência de que de fato ocorreu o teste nuclear que o regime comunista garante ter realizado. Ontem ainda não se sabia exatamente qual o movimento realizado por Pyongyang e falava-se, inclusive, na "remota possibilidade" de que as manobras permaneçam desconhecidas para sempre.

Alheio às dúvidas, o governo de Pyongyang admite ter feito um teste mais "brando" do que gostaria, mas confirmou estar desenvolvendo um míssil que poderá atingir um alcance de 10 mil quilômetros, distância suficiente para alcançar o território norte-americano (veja gráfico ao lado).

Na noite de ontem, especialistas japoneses detectaram outro abalo sísmico na Coréia do Norte, o que pode indicar mais um teste nuclear, informou canal de televisão NHK.

Os cinco integrantes permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – e o Japão se reuniram ontem em consultas particulares, a fim de discutir um projeto de resolução, que contém medidas punitivas. O documento inclui 13 medidas propostas pelos EUA que são a base para as discussões, e que tiveram amplo apoio do Japão.

Entre as medidas, está a inspeção de todas as cargas que entram e saem pelos portos norte-coreanos, para prevenir a proliferação nuclear. Outras sanções seriam a proibição de viagem para funcionários norte-coreanos, embargo comercial a artigos de luxo e materiais militares e o bloqueio dos ativos financeiros relacionados aos programas nucleares e de mísseis balísticos. O embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, disse que a reunião foi produtiva, mas mostrou sua decepção pelo fato de o representante da Rússia não ter instruções de seu governo.

O embaixador do Japão na ONU, Kenzo Oshima, disse que a reunião de ontem "permitiu conhecer melhor a posição dos países" e o que se quer conseguir. Oshima anunciou que nos próximos dias acontecerão reuniões de especialistas e embaixadores.

O embaixador japonês disse que seu país quer reforçar as sanções bilaterais que impôs à Coréia do Norte quando do lançamento de vários mísseis norte-coreanos no Mar do Japão, no início de julho.

A China, principal aliada de Pyongyang, considerou ontem "inimaginável" uma reação militar ao teste nuclear e pediu que os países afetados mantenham a "cabeça fria" na hora de adotar medidas.

Enquanto o Conselho de Segurança discute sua reação ao desafio norte-coreano, Pyongyang quer dialogar de forma bilateral com os EUA, para evitar que a crise gerada após seu teste nuclear acabe em um conflito aberto.

No entanto, Washington descarta esta possibilidade e insiste que o Japão, a Coréia do Sul e os demais países do Conselho de Segurança participem do diálogo.

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