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O novo enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, disse nesta sexta-feira que pelo menos 500 civis ainda estão presos na cidade síria curda de Kobani, na fronteira com a Turquia, sitiada pelo grupo Estado Islâmico. Segundo ele, os civis provavelmente "serão massacrados" se caírem nas mãos dos extremistas.

O alerta do enviado foi feito depois de o grupo ter avançado sobre Kobani nesta semana pela primeira vez desde o lançamento da ofensiva contra a cidade, em meados de setembro. Os ataques fizeram com que mais de 200 mil pessoas fugissem para a Turquia. Ativistas dizem que os combates por Kobani já deixaram mais de 500 mortos.

Nesta sexta-feira, os militantes bombardearam uma passagem de fronteira com a Turquia numa tentativa de tomar o posto e isolar Kobani.

De Mistura disse que uma análise da situação em terra, feita pela ONU, mostra que apenas uma pequena parte da cidade continua aberta para que as pessoas entrem ou saiam do local. Segundo ele há entre 500 e 700 idosos e outros civis que estão presos no local, enquanto outras 10 mil a 13 mil pessoas estão presas numa área próxima, perto da fronteira.

O enviado da ONU, que fez as declarações em Genebra, lembrou os genocídios de Ruanda, em 1994, e da cidade bósnia de Srebrenica, em julho de 1995, ao fazer um apelo ao mundo para evitar outra catástrofe.

Se a cidade cair nas mãos dos combatentes do Estado Islâmico, "sabemos o que eles são capazes de fazer", disse o diplomata ítalo-sueco indicado para o cargo em julho.

Os civis de Kobani "serão muito provavelmente massacrados", afirmou De Mistura. "Quando há uma ameaça iminente a civis, não podemos, não devemos ficar em silêncio."

De Mistura fez um apelo às autoridades turcas para que permitam que voluntários e equipamentos sigam para Kobani em auxílio aos combatentes sírios curdos. Fonte: Associated Press.

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