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As principais potências mundiais começaram na terça-feira a preparar uma resolução que exige a suspensão do programa iraniano de enriquecimento de urânio e a paralisação temporária das obras de um reator capaz de produzir plutônio.

Trata-se de uma versão revista da proposta apresentada no início de maio por Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, mas nunca votada. Ela inclui a ameaça de sanções para restringir o programa nuclear do Irã, que segundo o Ocidente pode levar a bombas atômicas.

O texto também estabelecerá uma data -- ainda indeterminada, mas possivelmente dentro de 30 dias -- para que o Irã cumpra as ordens, segundo um participante ocidental das negociações a portas fechadas.

A reunião de terça-feira incluiu a Alemanha e os cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU: EUA, Grã-Bretanha, França, China e Rússia.

O embaixador americano na ONU, John Bolton, disse que a reunião foi infrutífera porque Rússia e China "não estavam preparadas para discutir substância". Uma nova rodada foi marcada para quarta-feira.

Numa reunião no dia 12, em Paris, as seis potências envolvidas concordaram que o Irã não deu sinais de que vai responder seriamente a uma proposta de incentivos em troca da suspensão do enriquecimento de urânio.

Os seis decidiram adotar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que tornaria a suspensão obrigatória. Caso o Irã resista, eles prometem analisar "a adoção de medidas sob o parágrafo 41 do artigo 7. da Carta da ONU", que prevê sanções.

Mas o texto de Paris deixava em aberto se Rússia e China vão acabar aceitando medidas punitivas.

Bolton disse a jornalistas que não prevê "maiores objeções" à primeira resolução, que segundo ele exigirá do Irã a suspensão "das atividades de enriquecimento de urânio e reprocessamento de plutônio".

O Irã está construindo um reator de água-pesada em Arak, a 190 quilômetros a sudoeste de Teerã. Países ocidentais temem que o plutônio gerado como subproduto da usina possa ser usado em ogivas nucleares.

O combustível nuclear usado pode ser reprocessado para a obtenção de plutônio para armas. O plutônio também pode ser misturado a urânio enriquecido para alimentar um tipo especial de reator nuclear.

O Irã garante que seu programa nuclear é voltado apenas para a geração de energia com fins civis. "Ter um ciclo do combustível nuclear é o direito óbvio da nação iraniana," disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad na terça-feira, segundo a agência oficial Irna.

O Irã diz que só vai responder à proposta internacional de incentivos depois de 22 de agosto, o que provocou apelos por uma ação mais imediata da ONU.

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